Cotidiano

Ataques de cobra, escorpião e abelha são os casos mais registrados em RR

Durante um ano foram registrados uma média de 350 a 400 casos

Apesar do recente ataque de escorpião em uma criança em uma escola na Capital, a maioria dos ataques causados por animais peçonhentos em Roraima envolve serpentes. Segundo a coordenadora de Animais Peçonhentos da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), Solange de Sá, durante um ano há uma média de 350 a 400 casos. Atrás das cobras estão o escorpião e a abelha, responsáveis por cerca de 60 a 80 casos. Aranhas, lagartas e outros, como arraia, marimbondo e peixes, como piranhas, são menos frequentes. 

Conforme Solange, as principais serpentes envolvidas nos ataques são jararaca, cascavel, coral e surucucu. Em primeiro lugar está a jararaca, responsável por cerca de 300 casos. A cascavel apresenta uma média de 50 casos em um ano. “Os acidentes mais raros acontecem com a coral, que vive escondida em buracos, e a surucucu, serpente de mata fechada”, disse.

Solange relatou que as ocorrências são mais frequentes na Capital do que no interior, áreas indígenas e balneários. “Eu moro no Caçari [bairro na zona Leste] e apareceu uma cascavel na minha casa”, relatou. Atrás de Boa Vista, está o Município de Alto Alegre, localizado a cerca de 90 quilômetros da Capital, a Centro-Oeste do Estado, e em Uiramutã, a 300 quilômetros da Capital, na região Nordeste.

Conforme relato, os homens de 20 a 49 anos são os mais atingidos pelos ataques. “Porque são trabalhadores rurais e porque alguns caçam. Crianças não têm muitos casos, principalmente abaixo dos 4 anos”, ressaltou. De qualquer forma, Solange frisou que as medidas preventivas à saúde são as mesmas, para qualquer idade ou gênero. Entre as principais estão: uso de botas, principalmente para quem trabalha em área rural, calça jeans e luva.

A coordenadora também explicou que é importante manter o terreno limpo em volta das residências, evitar ter brechas nas portas e armazenar os alimentos de forma adequada para não atrair roedores, que são o principal alimento das serpentes. Uma vez picada, a pessoa deve lavar o local com água e sabão e se dirigir com urgência a uma unidade hospitalar próxima para a soroterapia ser realizada.

“Não é para fazer corte, perfuração ou usar produto caseiro. Já cheguei a ver casos em que colocaram banana no local do ferimento”, disse. Ela frisou que, se o animal estiver morto, é preferível leva-lo ao hospital para que o diagnóstico possa ser realizado com mais exatidão.