Cotidiano

Atraso em obra prejudica crianças com necessidades especiais

As mães de usuários do Centro Municipal Integrado de Educação Especial (CMIEE ou Centrinho) tornaram a reivindicar a conclusão da reforma do prédio, que começou em agosto do ano passado. Em matéria publicada pela Folha em março, a promessa da Prefeitura de Boa Vista era que tudo estaria pronto em abril. Até o momento, o prédio está sem portas e janelas, a falta de pintura dá lugar às pichações.

Funcionando há anos na Capital, o espaço fica no bairro dos Estados, na zona norte, e dispunha de profissionais de diversas áreas da saúde e de pedagogos para atender crianças e adolescentes de até 16 anos de idade com deficiências mentais e físicas, além de distúrbios de linguagem e dificuldades de aprendizado. Havia salas de informática, Braille, Libras e de cinema adaptado.

Em 2014, a Câmara Municipal entrou com o pedido de reforma, sob a alegação de que o serviço precisava de uma infraestrutura mais adequada. A obra foi orçada em R$ 577.552,27, com verbas da Prefeitura de Boa Vista e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Agora, a assistente social Elizângela da Conceição, mãe de uma criança de sete anos portadora da Síndrome de Down, reclamou que desde então, seu filho está sem consultas com fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. A criança conta apenas com os serviços pedagógicos da sala multiuso na escola regular em que estuda. “O terapeuta ocupacional o ajudava nas atividades do cotidiano, como comer sozinho e ir ao banheiro, coisas que nós, da família, estamos conseguindo fazer um pouco em casa com ele. Mas as aulas de voz com o fonoaudiólogo nós não conseguimos. Ele ainda não sabe falar, então estamos tendo prejuízos com todo esse tempo parado. Se este atendimento está sendo realizado em algum lugar, eu não estou sabendo, não fomos direcionados”, explicou.

OUTRO LADO – A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Boa Vista argumentou que, antes do início da reforma, convocou todos os pais e responsáveis das crianças cadastradas no CMIEE para uma reunião, na qual explicou como seria o atendimento durante as obras: os casos de saúde mais específicos e de maior complexidade iriam para Centro de Oncologia, dentro do Hospital Geral de Roraima (HGR).

Segundo a Prefeitura de Boa Vista, os atendimentos pedagógicos estão sendo feitos nas próprias escolas, nas salas multiuso. Já a sede administrativa está funcionando nas dependências da Escola Municipal Professora Edsonina de Barros Villa, na Rua Amapá, nº 872, no bairro dos Estados. “Essas informações foram passadas durante a reunião com os pais”, reforçou. Quanto à obra, a nova previsão de entrega é agosto deste ano. (N.W)