Cotidiano

Aumenta produção de mel em RR

Atividade cresce em ritmo lento, mas demonstra melhora significativa nos dois últimos anos

As atividades agropecuárias em Roraima têm mostrado resultados positivos graças ao clima e ao solo. Produtores dizem que até atividades vistas como complementares ganham novo status. Assim tem sido com a produção de mel, tornando o estado um dos principais exportadores do produto na Região Norte.

Atualmente, três associações trabalham no desenvolvimento da apicultura, gerando cerca de 130 empregos. Desse número, 60% estão diretamente ligados à produção. 

Segundo o diretor de agronegócio da Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan), Régis Monteiro, o período de produção dura cerca de quatro meses e resulta em 35 toneladas por mês. Embora promissora, a atividade contribui de forma discreta para o Produto Interno Bruto (PIB) de Roraima. São 0,2%, que tendem a aumentar por conta da procura verificada. 

“A produção de mel é uma atividade rentável e lucrativa, e a qualidade do nosso mel é excelente. O mel não tem grande significado na formação do PIB, mas é relevante na formação da renda para os produtores. Ou seja, ele ajuda a manter o homem na propriedade por conta da rentabilidade”, afirmou.

Conforme o diretor, a produção tem crescido de forma sólida. Tanto que, ano passado, 80 toneladas foram exportadas para o Estado do Piauí e depois para a Europa. A Seplan analisa a possibilidade de inserir o mel no menu das escolas de Roraima pela qualidade nutritiva.

Entre as produtoras, a abelha africana é a mais comum em Roraima. Mas, segundo informou Régis, os produtores pesquisam a adoção de novas tecnologias visando aumentar a produção. 

“Eles estão deixando de fazer somente a extração do mel e agora trabalham com manejo, taxas apropriadas, tamanho certo, para que tenham o que chamamos de eficiência. Otimizam o espaço e melhoram a produção. Fazem a seleção da abelha rainha. As que produzem menos, eles tiram da colmeia, e assim vão usando a ciência e a tecnologia dentro da produção de mel”, complementou.

PRODUÇÃO – De 2015 para 2016, a produção gerou em torno de R$ 2 milhões. De 2016 para 2017 os números estão sendo fechados entre R$ 2,5 e R$ 3 milhões, o que deu um aumento no PIB pecuário que foi de 4 para 6,8% nesse período.

Régis informou que o governo tem estimulado o aumento na escala de produção, oferecendo linhas de crédito para quem tem interesse em iniciar a atividade. De outro modo, a Seplan tenta isentar as associações do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que é de 17%, como forma de aumentar o lucro do produtor.

As associações em atividade no Estado são Associação dos Apicultores de Boa Vista (ASA), a Associação dos Apicultores do Cantá (APIS) e Associação dos Apicultores do Sul do Estado (APISUL), que contam com o longo verão para produzir em maior escala.

FISCALIZAÇÃO – Régis Monteiro disse que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento atua para que a cadeia produtiva do mel esteja dentro dos padrões, e trabalhando na perspectiva da certificação do produto. 

“A fiscalização não atrapalha a produção do mel. A fiscalização ajuda para que se feche a cadeia produtiva do mel. O mel produzido em Roraima é consumido internamente. O estado do Amazonas compra a maior parte, os estados de Rondônia e Piauí também são compradores. A produção de mel tem gerado renda e emprego”, avaliou.