Cotidiano

Aumento de 35% na conta de energia não é justificável, diz economista

Economista Fábio Martinez afirma que, com o reajuste da tarifa, o consumidor irá sofrer com uma redução de renda

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, no domingo, dia 12, o economista Fábio Martinez afirmou que o reajuste de 35% na fatura de energia dos roraimenses irá acarretar em uma série de aumentos no comércio que irá atingir não apenas os produtos, mas também o setor de serviços. A consequência disso é uma redução na renda do consumidor, já que uma parcela maior dos ganhos mensais estará comprometida com o pagamento com os as faturas e com os preços reajustados. 

O economista lembrou que a inflação no país está em 3%, ou seja, o reajuste ultrapassa em mais de 10 vezes este percentual. “O primeiro grande impacto será a conta de energia mais cara nas residências. Em seguida, o aumento no preço dos produtos, o comércio se verá obrigado a reajustar os preços para poder arcar com as despesas da conta de energia. Geralmente os produtos escolhidos para sofrer um reajuste são os que compõem a cesta básica, pois o comerciante sabe que apesar do preço, o consumidor será obrigado a comprar”, explicou.

Martinez destacou ainda que, o reajuste veio no momento em que o consumo de energia é maior, no verão. “Neste período o uso de ar condicionado é bem maior. Ou seja, foi bem pensado, pois, mesmo tentando economizar, uma hora ou outra o consumidor não vai resistir ao calor e vai acabar ligando o aparelho”, exemplificou.

Quanto ao percentual do reajuste, ele afirma que não é justificável, uma vez que Roraima é isolado do Sistema Interligado Nacional, já que recebe energia da Venezuela, por meio do Linhão de Guri. “O contrato com a Venezuela é internacional e o pagamento é feito em dólar. A moeda americana está estável e o reajuste não seria justificável neste sentido”, detalhou.

Ele ressaltou que a alegação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é o custo para a produção de energia nas termelétricas do Estado. “Esse argumento também não é plausível, pois as usinas termelétricas só entram em funcionamento quando o fornecimento em Guri é interrompido. Quando isso acontece, o retorno acontece em menos de 30 minutos”, disse.

POUPAR – Para evitar gastos excessivos com energia, o economista aconselha o consumidor a diminuir o consumo. “Em muitas casas existem mais de um quarto com ar-condicionado, para economizar, o conselho é, se possível, dormirem todos em um mesmo quarto, com um aparelho a menos em funcionamento, a tarifa vem mais barata”, declarou.

Outra dica é lavar as roupas menos vezes por semana e, quando utilizar a máquina, colocar o máximo de roupas possível para evitar que o aparelho seja utilizado mais vezes. “O mesmo conselho vale para passar as roupas.

Quando ligar o ferro, tente passar a maior quantidade possível”, firmou ao também lembrar o consumidor de desligar os aparelhos eletrônicos da tomada. “Mesmo no modo stand-by eles continuam a consumir energia”, concluiu.