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Bailarino roraimense se apresentará na inauguração do Teatro Municipal

Além do roraimense, a bailarina Ana Botafogo, o cantor Oswaldo Montenegro, o Ballet Cristina Rocha e o grupo Roraimeira também vão se apresentar na abertura do teatro

Um sonho antigo da cidade, em especial para a cultural local, vai se realizar esta semana: a inauguração do Teatro Municipal de Boa Vista. E para quem pensa que apenas os moradores daqui estão ansiosos por esse momento, engana-se. Esse é também um sonho antigo e bastante esperado pelo bailarino do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o roraimense Santiago Júnior.

Apesar de morar no Rio há 17 anos, Santiago nunca deixou de vibrar por Roraima, especialmente pela cultura roraimense. E não seria diferente dessa vez. “Eu me sinto honrado pelo convite. Até porque é um sonho, é um marco fazer parte desse momento em que se inaugura um prédio histórico, que é o teatro, e que vai ser o templo das artes cênicas”, ressalta.

Santiago Júnior será uma das atrações da noite de abertura do Teatro Municipal de Boa Vista, que acontece nesta sexta-feira (15), a partir das 19h. Além de Santiago Júnior, a cerimônia de inauguração do Teatro Municipal terá também a bailarina Ana Botafogo, o ballet Cristina Rocha, o grupo Roraimeira e o cantor Oswaldo Montenegro.

Hoje (14), Santiago apresenta o mesmo espetáculo para uma noite fechada que a Prefeitura vai proporcionar apenas para os funcionários da casa. “O que eu adorei. Incrível porque os funcionários são os que conduzem o teatro. E será a mesma apresentação tal qual farei no dia da inauguração”, observa.

Quanto à sua participação na abertura do teatro, o bailarino revelou que vai apresentar o espetáculo ‘Cotingo: o rio da minha aldeia’. Segundo ele, será uma apresentação em que além de dançar, ele canta e recita poesias.

“Cantar e recitar são duas coisas que venho gostando muito de fazer nos últimos anos”, diz. E sem revelar o repertório, garante apenas que tratam-se de canções e poesias que fazem parte de suas memórias, especialmente aquelas vividas às margens do Rio Cotingo.

“Meu avô, seu Dandãezinho, tinha uma fazenda às margens do Rio Cotingo, a Santa Luzia, onde eu ia passar férias. E eu descobri muitas coisas às margens desse rio. Foi lá, nas pedras do Cotingo, que eu quis dançar, foi lá que eu quis voar. É um rio incrível. Eu tenho devoção por ele. Há quem tenha devoção por santo, eu tenho por um rio”, revela.

O TEATRO DE BOA VISTA

Ao falar sobre o momento histórico em que a cidade viverá, Santiago Júnior ressalta que após o nascer fisicamente do prédio, é necessário “levar alma” para o teatro. “É uma criança que está nascendo, mas ela precisa ser amamentada, precisa ser educada. É preciso introduzir ali o labor artístico. É o labor artístico que faz a arte florescer. E uma cidade que tem arte, ela é muito mais feliz”, ressalta.

Sobre a importância dessa estrutura para a cultura roraimense, ele afirma que será apenas o início de mudanças e para o surgimento de novos talentos. “Existe agora um espaço físico, que é lindo e tem tudo que a arte necessita para ser feita! Agora precisa só de artistas, de oficinas, de espetáculos, de workshop, de vida artística para que aquele lugar tenha gente, que fervilhe de vida. Isso é necessário para que não seja um elefante branco, apenas um lugar físico, não sejam só paredes. É preciso ter pessoas lá interessadas em levar sonhos, porque é isso que o artista leva a cada ação”, completa.

E continua: “Talentos nós temos. Isso é inegável. Nós precisamos é nos profissionalizar. Agora imagina o que a gente não vai fazer com um teatro? Com palco, com ciclorama, com uma rotunda, com coxias, com iluminação.

Isso é divino! É um presente que é muito mais do que o dinheiro investido. Tem um valor eterno. Isso vai ficar no coração das pessoas”, afirma.

Sobre ter alguma participação nesse processo de crescimento e amadurecimento do teatro municipal, Santiago Júnior volta a dizer que esse é outro sonho que alimenta. “Eu tive que sair daqui e ir lá pro teatro municipal do RJ para exercer o meu ofício, mas é muito melhor que você possa fazer isso na cidade que nasceu. E nos meus sonhos, o teatro municipal é aqui, em Roraima. Eu quero vir mais vezes e sempre que puder colaborar, eu quero deixar algo aqui. Sou roraimense de corpo e alma. Eu vou voltar pra cá um dia. Eu já disse: eu volto um pouquinho a cada ano, um dia eu volto inteiro”, concluiu.

SANTIAGO JÚNIOR

O bailarino roraimense é solista do Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro desde 2000, onde ingressou por meio de concurso público e lá atua em todo o repertório da companhia.

Em seu currículo, Santiago já foi o bobo da corte do balet Lago dos Cisnes, o ídolo de bronze do balet Bayadere, o Mercúcio de balet Romeu e Julieta e o Espectro da Rosa, além de já ter participado de filmes e comerciais.

Estreou profissionalmente no balé metropolitano de Caracas, Venezuela. Ganhou a medalha de ouro no seminário internacional de dança de Brasília e medalha de prata no C.B.D.D. (Festival de Dança de Brasília), no Rio de Janeiro.

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