Cotidiano

Boa Vista recebe a segunda caravana da Fraternidade sem Fronteiras

A mobilização faz parte do projeto "Brasil um coração que Acolhe"

A segunda caravana da Fraternidade sem Fronteiras chega a Boa Vista, em parceria com o Projeto Canudos, dos dias 21 a 24 de junho. A mobilização faz parte do projeto “Brasil um coração que Acolhe” e une 45 voluntários de várias cidades do Brasil, engajados na causa humanitária. Eles vão atender imigrantes nas áreas social e de saúde.  

Durante os quatro dias de caravana, os voluntários da FSF vão intensificar o serviço de cadastro de currículos de trabalhadores venezuelanos com o objetivo de fortalecer a açãoTrabalhar para Recomeçar. A ação foi lançada em março desse ano, durante a primeira caravana a Roraima e visa conseguir oportunidade de emprego para os imigrantes que atravessam a fronteira em busca de uma chance. Já começou a dar certo.

Gabriel e Ramon estão empregados em uma fazenda, em Uberaba, Minas Gerais. Eles tocavam gado na Venezuela, mas não conseguiam alimentar a família. O recomeço tem a ver com a sensibilidade do voluntário Luciano Castro, que mobilizou pessoas e teve a felicidade de encontrar oportunidade para os imigrantes. Em Santos, Ana Lucia Caetano, voluntária da FSF, convidou o grupo de amigos da casa de oração que frequenta a acolher. Organizados, cada um cuidou de uma parte da tarefa: aluguel da casa, mobília, transporte e, em poucos dias, receberam a família de Jesus.

O movimento de Fraternidade sem Fronteiras está abrindo também oportunidades de recomeço para trabalhadores venezuelanos em São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e outros estados. A Organização humanitária quer fortalecer a mobilização, ampliando a divulgação do projeto, que oferece caminhos para o Brasil se unir e acolher os venezuelanos.

O procedimento é simples. Basta entrar no sitewww.fraternidadesemfronteiras.org.br, clicar em “quero ajudar” e informar que ajuda pode oferecer. No site também é possível visualizar currículos de trabalhadores venezuelanos. A partir do momento que alguém oferece emprego ou outro tipo de apoio, voluntários do projeto começam a interagir com as pessoas, orientando e acompanhando o passo a passo do acolhimento.

Durante os quatro dias de caravana, novos currículos serão cadastrados, mais famílias serão acolhidas e trabalhadores serão selecionados para emprego. “Espero poder servir nossos irmãos venezuelanos, acolhê-los de forma a transmitir amor fraterno tentando minimizar o sofrimento”, afirma Wania Elias Farias, nutricionista de Campinas, madrinha e voluntária do projeto, que irá participar da caravana a Roraima.

Haverá conferência de documentação e gravações de pequenos vídeos para apresentação a empregadores e ainda a identificação de famílias, do Centro de Acolhimento da FSF, para transferência a outras cidades. Todos esses serviços serão realizados em quatro locais: no Centro de Acolhimento da Fraternidade sem Fronteiras, na Igreja Consolata, no abrigo Nova Canãa e no abrigo Jardim Floresta.

Saúde

Será feito um cadastro único como um pré-atendimento de todos os pacientes dos locais de atendimentos. Perfil Epidemiológico, sócio geográfico e outras características e necessidades da área da saúde e de cada um, já para saber, registrar e localizar as principais doenças e demandas e o que afeta nos locais onde estão.

Segundo Victor Hugo Bigoli, coordenador do Projeto Canudos, desnutrição, desidratação, escabiose, infecções trato respiratório, urinário e intestinal, alergias e dermatites de todos os gêneros, são os principais problemas de saúde encontrados. “Será parecido ao trabalho da primeira caravana, daremos continuidade até atingirmos o máximo de pessoas e todos os abrigos. A gente almeja entender o ser humano como um todo, não só por partes ou áreas. É um trabalho todo junto, precisamos ser multiprofissionais”, afirma Victor.

Valéria Terra vai viver sua segunda experiência como caravaneira a Roraima. “Quando fui a primeira vez achei que iria ajudar, agora pela segunda vez entendo o verdadeiro sentido da palavra humanizar. Familiarizar. O olhar nos olhos, com ternura e compaixão, é uma atitude de profundo respeito pelo momento que nossos irmãos venezuelanos estão passando, o aperto de mão, o ouvir com afeto, o falar que valida o outro, transmite esperança, devolve a dignidade. A atenção a esses cuidados amorosos, impulsionados pela disposição sincera de servir, se doar é o melhor dos nossos corações”, afirma, com gratidão, a voluntária que também é uma das coordenadoras da caravana.

1ª Caravana – Março 2018

Cadastro curricular -Cerca de 700 cadastros

Muitos venezuelanos ainda não tinham seu protocolo, por isso não foi possível fazer mais.

Área da saúde – 970 pessoas atendidas

Mais de 2900 atendimentos de serviço de saúde

Mais de 5000 medicações entregues

Mais de 400 de atendimentos odontológicos