Cotidiano

Busca por aposentadoria privada já aumentou

Economista Gilberto Hissa dá dicas de como garantir uma aposentadoria segura através de alternativas além do INSS

Com a discussão e repercussão sobre a Reforma da Previdência Social em tramitação no Congresso Nacional, algumas pessoas começaram a pensar em alternativas para garantir uma aposentadoria confortável. A principal delas é a Previdência Privada. Segundo o economista Gilberto Hissa, “sem poupança, não existe saúde financeira. É chegada a hora de pensar no futuro”.

O acadêmico de medicina Thiago Oliveira, antes mesmo de se falar em Reforma da Previdência, já utilizava um método pensando no futuro. Com o tempo dedicado exclusivamente aos estudos, o jovem pegou parte da ajuda de custo que recebe mensalmente da família e se formalizou como Microempreendedor Individual (MEI).

“Foi uma forma que encontrei de contribuir para a minha aposentadoria desde cedo, já que vou passar boa parte da minha vida estudando. Pago o carnê do MEI há alguns anos. Essa possível Reforma na Previdência só me alertou a continuar contribuindo e não pensar em parar agora”, garantiu.

Ao se formalizar como MEI, o empreendedor passa a ter direitos trabalhistas e ser reconhecido como segurado pela Previdência Social, incluindo benefícios comuns a qualquer trabalhador que tenha registro em carteira. Na lista de benefícios, estão o auxílio-doença, o salário-maternidade e a aposentadoria por idade ou invalidez. Para a família do segurado, há a pensão por morte e o auxílio-reclusão.

O acadêmico pensou em uma alternativa, mas existem outras para garantir um futuro seguro, economicamente falando. De acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), cada vez mais brasileiros recorrem aos planos privados, de olho na aposentadoria.

A federação reúne seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no país e, ainda segundo ela, houve alta de 10,7% no volume de recursos aplicados nos fundos no primeiro semestre do ano passado, logo quando foi iniciado o debate sobre a Reforma na aposentadoria

Segundo o presidente da Fena Previ, Edson Franco, em entrevista publicada no site “O Globo”, as pessoas estão se dando conta de que é preciso acumular recursos para a aposentadoria. “Hoje, já há um entendimento de que o sistema público tem limitações. Como mais da metade da população, segundo pesquisa que fizemos, já ouviu falar da Reforma da Previdência, há aumento na procura pelos planos. Mas, claro, há diferentes tipos de produtos”, explicou.

De acordo com Gilberto Hissa, a primeira coisa a se fazer, nesse caso, é escolher o tipo de plano a contratar. De acordo com ele, hoje existe o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), indicado para quem faz a declaração anual do Imposto de Renda (IR) no modelo completo, que possibilita o abatimento de até 12% da renda anual bruta da base de cálculo da declaração; e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), plano que é indicado para pessoas que optam pela declaração simplificada de Imposto de Renda.

“O PGBL é voltado para aquela pessoa que tem um bom patrimônio e não vai mexer nesse dinheiro durante o tempo do contrato, porque, caso isso aconteça, o ‘leão’ [malha fina] pode vir e tirar tudo. O VGBL é mais livre e permite movimentações. Vale ressaltar que esses planos de bancos privados possuem portabilidade, ou seja, se o contratante não gostar, tem o direito de mudar”, explicou o especialista.

A principal semelhança entre o PGBL e o VGBL, ainda segundo o economista, é que eles, diferentemente dos outros fundos de investimentos, não são tributados semestralmente, o que permite obter maior rentabilidade. “Esses planos são uma maneira de garantir uma aposentadoria privada, mas também existem outros meios. Por exemplo, em Boa Vista é muito bom e rentável investir em imóvel. O aluguel aqui compensa bastante. Se a pessoa puder comprar um imóvel e colocar para alugar, pode ter uma renda fixa durante toda a vida”, sugeriu.

Hissa também alertou que todas as pessoas, independente da área de atuação, devem fazer dessa discussão da Reforma na Previdência uma preocupação para a vida e pensar em como garantir uma velhice tranquila e segura.

“O fato é: todo mundo precisa poupar. Também existe a opção de investir em ações e outras coisas. O importante é pensar no futuro. Sem poupança, não existe saúde financeira. Quanto mais a pessoa sacrifica no presente, melhor”, concluiu.

Reportagem simulou previdência privada nos principais bancos

Para ajudar os leitores, a equipe da Folha acessou o site de dois grandes bancos do Brasil para investigar e comparar as simulações de previdência privada realizadas em cada um. Na pesquisa, utilizamos o seguinte caso: um homem de 25 anos, que quer investir em previdência privada, com um aporte inicial de R$ 1.000 mais contribuições mensais de R$ 200, pelos próximos 40 anos, ou seja, até completar 65 anos de idade. Os resultados aproximados foram os seguintes:

Em outra pesquisa, investindo um pouco mais, o caso foi o seguinte: uma mulher de 23 anos, que pretende investir em previdência privada, com um aporte inicial de R$ 5.000 mais contribuições mensais de R$ 500, até os 65 anos. Os resultados aproximados foram os seguintes: