Cultura

Cardiologia Intervencionista busca diagnóstico precoce em pacientes

Novo serviço de Cardiologia Intervencionista chega em Roraima, por meio dela é possível detectar com precisão problemas cardiovasculares

A Cardiologia Intervencionista é a área da cardiologia que busca o diagnóstico precoce em pacientes com problemas cardíacos através de procedimentos médicos invasivos. Em outras palavras, são os médicos cardiologistas especialistas em tratar o Infarto.

Através de um sistema de computadores avançados, a Cardiologia Intervencionista permite detectar com precisão o grau de obstrução das artérias, possibilitando uma indicação mais segura do tratamento.

De acordo com o cardiologista Maurício Nakashima, a Cardiologia Intervencionista é um conjunto de procedimentos invasivos para estudar a hemodinâmica cardíaca e arterial com a finalidade de efetuar o diagnóstico e o tratamento de cardiopatias e arteriopatias.

O cateterismo cardíaco é realizado através da introdução de finos cateteres nas artérias, possibilitando assim o diagnóstico através da medição de pressões e pela injeção de contraste radiológico nas coronárias.

“O exame possibilita também tratar estenoses das válvulas cardíacas, isquemias coronárias pela desobstrução mecânica do vaso (angioplastia) bem como a introdução de próteses (stent) que impedem a reestenose e ainda o tratamento não cirúrgico de alguns aneurismas da aorta”, explica.

Segundo o médico, a técnica teve início em setembro de 1977, quando o Dr. Andréas Gruentzig, realizou em Zurich, Suíça, a primeira dilatação de uma obstrução significativa nas artérias coronárias, utilizando pequenos balões. Porém, de modo percutâneo, sem incisão cirúrgica ou de cuidados anestésicos maiores.

Desde então, a técnica não parou de crescer, seja devido à alta prevalência da doença arterial coronária na população mundial, como ao acelerado desenvolvimento tecnológico dos novos instrumentos, sempre com a finalidade de propiciar o tratamento não cirúrgico das doenças cardíacas, de modo eficaz, seguro, previsível, e com resultado tardio permanente. Estava, assim, criada a cardiologia intervencionista.

“A partir da década de 70, o crescimento e ampliação deste método diagnóstico e terapêutico no Brasil foram exponenciais, seja em qualificação dos seus profissionais, como em quantidade de serviços. Hoje existem próximo de 800 cardiologistas intervencionistas no Brasil, presentes em quase todos os estados brasileiros, com exceção de alguns do norte”, relatou.

Segundo ele, esses especialistas estão distribuídos por cerca de 450 hospitais, com equipamentos radiológicos capacitados para efetivação destes exames e procedimentos. Os procedimentos terapêuticos já atingem um número próximo dos 100.000/ano, incluídas todas as afecções cardiovasculares. E seguem em crescimento, sendo que cerca de 70% desses tratamentos não-cirúrgicos são reembolsados pelo Sistema Único de Saúde.

“Poderíamos denominar este segmento da medicina como a cardiologia terapêutica do futuro. Ou como se diz “quando o futuro já se tornou realidade, ele logo se tornará passado”. Esta frase sintetiza bem a rapidez dos avanços observados nessa área de atuação da cardiologia. A evolução ocorre em desenvolvimento tecnológico, com novos e sofisticados instrumentais e, principalmente, na capacitação, treinamento e certificação dos profissionais, refletindo a crescente abrangência clínica dos pacientes tratados, cada vez mais múltipla e eficaz. Importante ressaltar que foi um brasileiro, meu professor, Dr. José Eduardo de Sousa Rego, que implantou o primeiro stent farmacológico no mundo em 2001, sendo realizado em São Paulo”, relatou.

Para ser especialista na área, o cardiologista intervencionista possui uma formação médica diferenciada: após a graduação no curso de medicina, são necessários quatro anos de residência clínica: dois de clínica médica e dois de cardiologia.

“Após, para se tornar um cardiologista intervencionista, é necessário frequentar um centro de treinamento nesta área de atuação por um período médio de dois anos. Portanto, ao final, o treinamento mínimo é de 12 anos, seis anos de graduação e mais seis de residência e treinamento”, explica.

Serviço

O serviço irá funcionar em horário comercial de segunda à sexta-feira (07h00-18h00h) e aos sábados pela manhã (08h00-12h00h). Excepcionalmente em horários não comerciais a depender do caso do paciente.

A equipe será formada por 02 cardiologistas intervencionistas, 02 enfermeiras, 02 técnicos de enfermagem, 02 técnicos de radiologia e 01 secretária chefe.

Os procedimentos serão marcados/agendados por número telefônico ou pessoalmente na recepção do Hospital Lotty Iris com a secretária da Hemodinâmica. Os pacientes receberão orientações sobre os procedimentos (preparo para os exames, custo de cada procedimento e formas de pagamento).

“No dia do exame, o paciente irá comparecer no horário marcado com o devido preparo para o procedimento. Os acompanhantes irão ficar aguardando na sala de espera. O paciente será admitido por 01 membro da equipe, sendo encaminhado até a sala de preparo. O médico intervencionista irá realizar a admissão (anamnese e exame físico) e passar as últimas orientações para iniciar o procedimento”, explicou o especialista.

Após término do procedimento, o paciente será encaminhado para a sala de recuperação. Serão passadas as orientações finais ao paciente e familiares sobre o procedimento, recebendo alta hospitalar conforme critério médico.

Como funciona? 

O cardiologista intervencionista tem o treinamento para oferecer a possibilidade terapêutica invasiva, tratamento às diversas anormalidades diretamente dentro do aparelho cardiovascular, mas de uma maneira não cirúrgica, sem anestesia geral ou incisões clássicas. O método obtém estes resultados somente por meio de uma pequena dissecção ou uma punção, com amparo apenas de anestesia local.

“Algumas pessoas são submetidas ao cateterismo cardíaco para examinar a presença de problemas nas câmaras e valvas cardíacas (átrios e ventrículos). Para obter informações sobre estas estruturas cardíacas, os médicos podem medir as pressões ou quantidade de oxigênio sanguíneo em diferentes partes do coração ou suas artérias”, explica o médico.