Cotidiano

Censo Agropecuário já alcançou mais de cinco mil propriedades em RR

Expectativa é ultrapassar os números do último censo realizado em 2016, em que foram alcançados mais de dez mil estabelecimentos

O Censo Agropecuário 2017 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já alcançou 5.046 estabelecimentos agropecuários em todo o Estado. A expectativa do órgão é ultrapassar os números do último censo realizado em 2016, em que foram alcançados mais de dez mil propriedades. A coleta de informações iniciou em outubro deste ano e encerra no dia 28 de fevereiro de 2018.

O principal objetivo da coleta de informações é fazer um mapa da atividade produtiva do país, visitando estabelecimentos rurais, seja de pequeno ou grande porte, levantar informações sobre plantio, cultivo, uso de tecnologias, empregos, renda, faturamento e tamanho de propriedades.

“Assim se faz possível conhecer a realidade das propriedades rurais do nosso Estado. Queremos saber as características dos estabelecimentos agropecuários, dos produtores, as atividades e o quantitativo da pecuária e da produção vegetal, além da produção da aquicultura e também do extrativismo”, reforçou o coordenador Operacional do Censo Agropecuário em Roraima, o analista de Planejamento de Gestão Rodrigo Porreca.

Ainda sobre os benefícios que o Censo traz para o setor agropecuário, Porreca afirmou que os resultados desse levantamento servem de base para estudos, análises e projeções que ajudem a orientar ações de ordem econômica, política, social e ambiental de Roraima.

Em Boa Vista, segundo o coordenador, o levantamento de dados já ultrapassou os números do ultimo censo de 2006, hoje, chegando a 691 estabelecimentos agropecuários visitados. De acordo com o ele, a coleta de informações também está num nível bem avançado em municípios do interior do Estado. Em Rorainópolis, região Sul, 1.196 estabelecimentos já foram visitados, no Cantá, no centro-leste, foram 808, e em São João da Baliza, também ao Sul, o número chega a 469, ultrapassando as estimativas de estabelecimentos em relação ao censo passado.

“Já ultrapassamos a prévia em alguns municípios em número de estabelecimentos agropecuários. Boa Vista, por exemplo, já bateu em mais de duas vezes o número de propriedades visitadas em relação ao último Censo Agro em 2016, e ainda temos três meses de coleta pela frente. A expectativa é que ultrapassemos os números de estabelecimentos agro do último censo no Estado”, afirmou.

Quanto à predominância da agricultura nas localidades, de acordo com Rodrigo, ainda não se pode afirmar o que mais é predominante na região. “Hoje nós temos grandes propriedades de grãos e pecuária, além da lavoura e hortifrútis de pequeno porte em outras localidades. Nós vamos ter predomínio em termos de agricultura familiar muito forte e importante em áreas indígenas”, frisou.

Questionado sobre as dificuldades para a realização do Censo Agropecuário em Roraima, Rodrigo Porreca destacou alguns pontos, sendo a extensão territorial e a diversidade geográfica. “Esses são fatores importantes a serem considerados no planejamento e operacionalização da coleta”, disse. Além disso, ele citou a distribuição das populações que vivem no território roraimense, que demanda uma logística diferenciada de transporte, alimentação e a pernoite dos recenseadores e supervisores. “Existe também as propriedades rurais localizadas ao longo de extensas estradas vicinais, as centenas de comunidades indígenas que esperamos visitar neste Censo, em que muitas são acessíveis apenas por aeronaves ou embarcações”, comentou.

Conforme Rodrigo Porreca, para este Censo, foram alocadas 110 pessoas entre contratados e servidores do quadro. “A maior parte do efetivo do IBGE no estado de Roraima está envolvida em atividades relacionadas ao Censo Agro”, frisou. “Contudo, nesta operação, temos contado com o apoio de parceiros importantes, como o Governo do Estado, as Prefeituras. O Exército também vem nos dando suporte, a Eletrobras tem divulgado o Censo nas contas de energia e a imprensa com um papel importantíssimo na divulgação desta operação mostrando a importância do censo, ajudando assim a quebrar eventuais resistências do produtor  em receber o recenseador”, pontuou.

Para o levantamento de dados relacionados à agricultura nas áreas indígenas, o IBGE realiza a coleta em parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e os Distritos Especiais Sanitários Indígenas (Dsei) Yanomami e Leste. “Isso vai viabilizar a divulgação da produção por comunidades. Hoje nós temos a possibilidade de trazer informações referentes à produção e, pela primeira vez, nas comunidades indígenas. O nosso tipo de informação possibilita a produção de indicadores para que haja políticas publicas para viabilizar o desenvolvimento das regiões”, salientou. (E.M)