Cotidiano

Chuvas prejudicam horticultores e preço de verduras disparam

Produtores enfrentam dificuldades para o plantio devido ao inverno, o que reduz a oferta dos produtos e faz aumentar os preços

Com o inverno rigoroso, a dificuldade de encontrar hortaliças aumentou nas últimas semanas, fazendo o preço de algumas verduras disparar nas feiras-livres. Os produtores estão com grandes dificuldades por conta das chuvas, e vendedores nas feiras-livres reclamam que a produção não está conseguindo suprir a demanda. Na Feira do Produtor, no bairro São Vicente, zona sul, a procura aumentou e o preço subiu.

Para os agricultores que têm estufa, a produção é um pouco melhor, mas mesmo assim tem a dificuldade da temperatura que oscila nesse período. Para quem não tem essa estrutura, o acúmulo de água prejudica as hortaliças e, às vezes, mata toda a plantação. Esse período chuvoso é propício para a infestação de pragas, um mal que dá muito trabalho para ser controlado.

O produtor de alface, Arino Saldanha, explicou como ele faz para salvar a sua plantação das pragas. “Nós não podemos usar inseticidas por causa da alta rotatividade, então temos que procurar material orgânico para trabalhar”, disse ao complementar que as pragas prejudicam as vendas porque elas destroem a planta e tiram a qualidade.

Além disso, as mudanças constantes no clima são outro ponto de preocupação. A chuva dificulta a produção, no entanto, quando o sol aparece, queima a planta e prejudica o crescimento. A cebolinha, por exemplo, cresce fina, o coentro amarela e a couve vai para as bancas queimada.

PREÇOS – A produtora e dona de uma banca na Feira do Produtor, Leide Laura Limoeiro, disse que, apesar desses problemas, a verdura continua com boa saída. “As pessoas reclamam do preço do cheiro verde, que aumentou R$ 0,66. Antes custava R$ 1,00 o molho e, agora, são dois ou três por R$ 5,00”, afirmou.

Ela também relata a reclamação dos clientes, mas afirmou ter encontrado uma forma de ajudá-los durante esse período. “Eles reclamam da qualidade da verdura, da cor, mas eu explico o que acontece. Como não tem outro, eles acabam levando. Quando acho que o freguês não vai voltar, dou alguma verdura de brinde”, comentou.

A revendedora de hortaliças, Elizete Soares, ressalta que o mais difícil de encontrar no mercado é a alface, por isso ela aumentou o preço. “Antes eram dois ou três pés por R$ 5,00. Agora eu vendo três, quatro por R$ 10,00. As pessoas reclamam, mas dão uma volta na feira e acabam retornando para comprar porque não tem jeito”, disse.  

Ela também explicou que as vendas caíram, mas não por causa do preço e sim porque a quantidade de verduras disponível para ela comprar diminuiu. “Por exemplo, antes eu pegava 100 pés de alface ou cheiro-verde e vendia tudo. Mas, como a produção caiu, eu só consigo comprar 50 para revender. A procura é grande, mas não temos como suprir a demanda”, afirma.

MILHO – Durante o mês junho, a expectativa de grande parte da população é comer todos os tipos de comida tradicional do período feitos com o milho. No entanto, a produção não está acompanhando a demanda. Na Feira do Produtor, apenas duas bancas tem o produto. Na Feira do Passarão, no bairro Caimbé, na zona oeste, nenhuma banca oferta milho.

O produtor de milho, Pedro Romada, afirmou que pelo menos a sua banca está abastecida e que chega milho novo toda semana. “A procura está grande por causa das festas juninas. Aqui o preço subiu um pouco: antes era R$ 1,00 a unidade e, agora, está custando R$1,25”, disse.(F.M)