Cotidiano

Cirurgias eletivas continuam sem previsão de retorno em Boa Vista

A Sesau estaria tentando viabilizar um novo processo de compra emergencial para resolver o problema de desabastecimento de medicamentos e material médico-hospitalar

Os pacientes que estavam com cirurgias eletivas e que foram suspensas desde o dia 21 de novembro, ainda vivem a incerteza de quando poderão ser submetidos aos procedimentos no HGR (Hospital Geral de Roraima) e no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN). Segundo informou a Assessoria de Comunicação da Sesau (Secretaria Estadual de Saúde de Roraima), ainda não existe uma data definida para retomar os procedimentos eletivos. As cirurgias de emergência estão mantidas.
Em nota, a assessoria informou que nesta semana o secretário estadual de Saúde, em exercício, Sálvio Alcoforado, esteve reunido com representantes de 15 empresas para discutir o processo de compra emergencial para resolver o problema de desabastecimento de medicamentos e material médico-hospitalar. A aquisição deve possibilitar a retomada das cirurgias eletivas no HGR e na maternidade.
Nesta reunião, as empresas receberam as planilhas contendo todo o material a ser adquirido para cotação de preço com entrega imediata. Segundo Alcoforado, as empresas deverão entregar, ainda esta semana, as planilhas com as propostas de preço para que seja aberto o processo. “Os resultados dessa reunião, incluindo as planilhas de preços a serem apresentadas, serão analisadas em conjunto com a equipe de transição do próximo governo”, explicou.
Ele esclarece ainda que a suspensão das cirurgias eletivas de pacientes externos no HGR e HMI, desde o último dia 21 de novembro, foi adotada para garantir os atendimentos de urgência e emergência, que envolvem risco iminente de morte, até a regularização do abastecimento. Esta decisão partiu de uma reunião envolvendo a Sesau, CRM (Conselho Regional de Medicina), Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público de Roraima (MPRR), diretores de unidades e representantes da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
SUSPENSO – A nota enviada pela Sesau informa ainda que em atendimento à determinação do TCE (Tribunal de Contas do Estado), há cerca de dois meses, os processos para abastecimento de material e medicamento médico-hospitalar estão suspensos, tanto para contratação quanto para empenho, o que vem ocasionando a dificuldade de abastecimento refletida nas unidades do Estado. Além disso, a gestão vinha se deparando, segundo a assessoria, com a resistência das empresas em participarem dos certames, uma vez que aquelas que participaram tiveram a entrega suspensa em função das determinações dos tribunais.
HGR e Maternidade têm até dia 17 para se adequarem a recomendações do CRM
O presidente do CRM, Alexandre Marques, informou que depois da visita técnica que originou o pedido de suspensão das cirurgias eletivas, deu um prazo até o dia 17 deste mês para que o HGR e a maternidade se adequassem a algumas medidas quanto à falta de medicação e de materiais hospitalares.
A inspeção, conforme o presidente do CRM, foi em atendimento a uma solicitação dos médicos que trabalham na maternidade que reivindicaram uma intervenção por parte do Conselho no sentido de solucionar os problemas de desabastecimento que ele classificou como “crônico”.
“Tivemos que interferir diretamente nas cirurgias eletivas para manter o mínimo de qualidade possível no serviço de emergência até que se normalize a situação do abastecimento de medicamentos e material médico-hospitalar”, disse. (R.R)