Cotidiano

Com a federalização da Cerr, somente 300 servidores devem ser incorporados

Deverá ser aberto um programa de demissão voluntária e os funcionários remanescentes serão absorvidos

O processo de federalização da Companhia Energética de Roraima (Cerr) e consequente fusão com a Eletrobras Distribuição Roraima está em andamento. Em entrevista ao programa Agenda da Semana da Rádio Folha AM 1020, neste domingo pela manhã, o presidente da estatal, Augusto Iglesias, destacou que durante o processo devem ser garantidos os direitos dos servidores e do Estado.

Aqueles que estão prestes a se aposentar poderão optar por um programa de demissão voluntária e os demais serão absorvidos pela nova administração. “Após as aposentadorias e a saída dos comissionados, ficaremos com cerca de 300 servidores, que devem ser incorporados pela nova administração”, disse o presidente da estatal.

Iglesias afirmou que a empresa não consegue se manter com a arrecadação própria, tornando-se dependente do Fundo de Participação do Estado (FPE). “A tarifa de energia cobrada no interior é baixíssima, defasada e desatualizada. O que é arrecadado não é suficiente para manter as usinas em funcionamento e nem para pagar os funcionários. Para honrar com os compromissos dependemos de repasses do Governo Federal”, explicou.

Ele destacou que a federalização é importante para possibilitar maiores investimentos de recursos federais ao setor energético. “Com a incorporação à Eletrobras Distribuição Roraima, irá proporcionar melhorias e ampliação do sistema de distribuição que fornece energia elétrica para o interior de Roraima”, detalhou.

Ele lembrou que a federalização deveria ter ocorrido entre os anos de 2012 e 2013, quando o Governo do Estado, na administração de Anchieta Júnior (PSDB), fez um empréstimo de R$ 600 milhões para regularizar as pendências e dar celeridade ao processo. “O dinheiro não foi utilizado da maneira correta, impedindo o andamento do processo. Além disso, o atual governo paga altos juros para a quitação deste débito”, disse.

A dívida desestruturou a estatal que ficou sem condições de promover melhorias. “A quantia adquirida ultrapassou a capacidade de endividamento do Governo do Estado. Pegaram R$ 600 milhões e não sanearam os débitos. Hoje devemos R$ 90 milhões para a Eletrobras e R$ 40 milhões em combustível para a Petrobras”, detalhou o diretor presidente.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está realizando estudos sobre a situação da Cerr e da Eletrobras Roraima com o objetivo de fundir as duas empresas. “É uma empresa com muitos gastos para manter o custeio de material, pessoal e serviços. São desnecessárias duas empresas de atuação no setor energético para uma área de concessão pequena e baixa população, como é o caso de Roraima”, enfatizou.