Cotidiano

Com inadimplência, Detran quer voltar ao antigo sistema de cobrança de IPVA

O novo sistema de cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), em vigor desde janeiro deste ano, deixou os contribuintes em Roraima insatisfeitos. Anteriormente, o mês de vencimento era definido pelo último número da placa do veículo. Depois da mudança, todos passaram a pagar em uma única data, com prazo final para 31 de outubro.

Em entrevista ao Programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, no domingo, 17, o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Titonho Beserra, afirmou que o novo sistema de cobrança aumentou a inadimplência em 61% e que antigo sistema de cobrança pode voltar a ser utilizado.

Bezerra afirmou que os contribuintes já eram familiarizados com o antigo sistema. “O proprietário de veículo ficava despreocupado quanto a data de pagamento do IPVA, pois sabia que era de acordo com a placa do veículo. Ele não precisava fazer nenhuma consulta pra isso, bastava apenas olhar a placa do veículo. Quando a mudança foi implementada, nem todos ficaram sabendo, apesar da divulgação”, disse.

Ele afirmou que, em muitos casos, o proprietário de veículo estava andando em situação irregular sem nem mesmo saber. “Eles só descobriam quando eram parados em blitz. Isso gerou uma revolta muito grande e diversas reclamações. O intuito da mudança era antecipar a arrecadação, mas isso acabou não acontecendo, pois a inadimplência aumentou consideravelmente”, explicou.

O diretor-presidente do Detran afirmou que apresentará um projeto ao Executivo, ainda essa semana, mostrando os dados e solicitando a volta do antigo sistema. “A governadora já sinalizou de forma positiva a volta da data da cobrança de acordo com o final da placa. Na ALE também temos o apoio de diversos parlamentares para que tudo volte como era antes”, destacou.

Titonho Bezerra esclareceu que, ao contrário do que muitos pensam, o Detran não é responsável pela mudança. “Não somos nós que decidimos por esse tipo de mudança. Nem ficamos com os recursos arrecadados, vai tudo para os cofres da Secretaria de Fazenda, que retorna 50% para o Estado e a outra metade para os municípios”, detalhou.