Cotidiano

Com pagamento em atraso, empresa suspende transporte escolar em Amajari

Sem previsão de pagamento, os serviços ainda não têm prazo para serem retomados pela empresa em 14 rotas

Desde a quinta-feira da semana passada, 19, estudantes da rede municipal de Amajari, município localizado na região Norte do Estado, estão sem frequentar as aulas após a empresa responsável por fornecer o serviço à Prefeitura ter paralisado as atividades. Segundo os moradores, a empresa alega que há pelo menos três meses não recebe os valores. Pelo menos 14 rotas eram realizadas e todas foram paralisadas.

Segundo o vereador Adriano Rodrigues (PRP), que tem acompanhado a situação, o problema já foi levado ao conhecimento da Prefeitura, que até o momento ainda não sinalizou quando deverá regularizar a situação. “De acordo com o responsável pela empresa, ainda não há uma previsão para o problema ser resolvido. Ele já adiantou que, enquanto não houver a quitação da dívida por parte do município, o serviço vai continuar sem ser feito”, disse.

PREFEITURA – Por telefone, a secretária municipal de Educação, Maria da Providência Gonçalves, informou que a gestão tem se empenhado para resolver a quitação dos pagamentos em atrasos para a empresa que presta o serviço de transporte escolar, atribuindo a situação de crise enfrentada pela pasta à gestão passada.

“Desde janeiro deste ano a Prefeitura tem buscado equacionar os problemas existentes no município. Todos os investimentos para a área de educação, principalmente no que diz respeito à aquisição de merenda e transporte escolar, estavam sendo realizados com recursos próprios, já que a contrapartida do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica [Fundeb] vem diminuindo gradativamente, o que vem inviabilizando o atendimento pleno as necessidades do setor no município”, disse.

Segundo Maria Providência, o município possui 1.174 alunos matriculados na rede municipal de ensino, mais que o dobro do quantitativo registrado no ano passado. Além disso, alegou que pendências junto ao Conselho do Fundeb também prejudicaram a liberação de convênio para o município.

“Devido a esses problemas que ocorreram na gestão passada, a prefeita Vera Lúcia tem tentado resolver o problema de todas as formas possíveis, tanto que já teve uma primeira conversa com o empresário que presta o serviço de transporte escolar no município. Ela embarcou para Brasília para resolver entraves referentes à liberação de convênios e a gente espera resolver essa situação o quanto antes, até para normalizar essa situação”, disse.

Em Caroebe, estudantes são transportados numa Kombi

O Município de Caroebe, na região Sudeste do Estado, também enfrenta dificuldades no transporte escolar. Na Vicinal 10, os alunos estavam sendo levados até as unidades escolares por um micro-ônibus, no entanto, segundo os moradores, o veículo acabou quebrando e as viagens agora estão sendo feita por uma Kombi.

“São pouco mais de 30 alunos naquela região. Todos estão sendo transportados em uma Kombi, que mal cabem 12 pessoas. É um risco para eles, pois esse veículo não oferece o mínimo de segurança e conforto durante o trajeto”, disse um morador.

Por telefone, o secretário de Educação, Elizeu Quintino, informou que a Prefeitura já encaminhou ofício para que fosse providenciada a renovação da frota de veículos escolares do município e que a questão já havia sido exposta para os pais de alunos da localidade. A Folha ainda tentou questionar o secretário sobre prazo para que o problema fosse equacionado, entretanto, não obteve retorno após a ligação ser interrompida. (M.L)

 CARACARAÍ 

Alunos de Escola Especial ficam sem ir às aulas por falta de transporte

O representante de um aluno do Centro Especial Denise Messias Santos, localizado no Município de Caracaraí, a cerca de 135 quilômetros da Capital, na região Centro-Sul do Estado, entrou em contato com a Folha para informar que os alunos que residem no interior estão sendo prejudicados em razão de problemas no único ônibus escolar da região. Conforme ele, o veículo está parado há um mês pela falta de uma peça que não foi encontrada no Estado.

A notícia chegou aos pais e responsáveis por meio de um bilhete enviado pela diretoria da instituição, informando que a peça não havia sido encontrada e que a responsabilidade do transporte dos alunos seria da própria família até a situação ser resolvida. O veículo faz o transporte dos cerca de 50 alunos da cidade e do interior nos dois dias de aula, segunda e quarta-feira.

Ele destacou que o Centro já passou por outros problemas envolvendo o transporte, quando não havia ônibus e contrato com empresas do ramo. Os alunos ficaram quase um ano sem frequentar a entidade. “Mesmo assim, percebo que poucas pessoas reagem para tentar resolver o problema. Apesar de a maioria dos alunos morarem na cidade, os mais prejudicados são os que moram no interior”, lamentou.

O aluno ao qual ele representa mora a cerca de 10 quilômetros da cidade e tem 27 anos, tendo em vista que o Centro atende a pessoas de todas as idades. Por ter sido diagnosticado com encefalopatia, o representante explicou que a aula é uma forma de terapia. “Ele fica agressivo e xinga muito quando não vai pra escola. Ele não tem noção de tempo ou espaço. Como a gente explica uma situação dessas? Ele se arruma e espera o transporte todos os dias, não tem como evitar”, frisou.

Conforme o representante, outro problema que envolve a instituição estadual está relacionada à falta de merenda e recursos para a realização de eventos junto aos alunos. Ele explicou que, na falta de merenda, os próprios professores se reúnem para vender feijoada e comprar os alimentos. Na proximidade de datas comemorativas e aniversários, os profissionais também fazem rifas para conseguir fundos.

GOVERNO – A Secretaria Estadual de Educação e Desporto (Seed) informou que o transporte que atende a Escola de Educação Especial Denise Messias precisou fazer manutenção, mas se encontra regular e já está sendo utilizado novamente, cumprindo todas as rotas.

Em relação à merenda, frisou que a entrega mais recente foi feita no dia 19 de outubro e que os produtos entregues são para 20 dias letivos. A previsão da próxima entrega será para o dia 21 de novembro. Os itens entregues foram: arroz, açúcar, alho, biscoito, carne de sol, carne paleta sem osso, coxa e sobrecoxa, extrato de tomate, farinha de mandioca, farinha de tapioca, feijão carioca, frango, milho branco, óleo, poupa de frutas, sal e vinagre. (A.G.G)