Cotidiano

Comerciantes reclamam de corte de energia em mercado municipal

Os vendedores afirmam que não foram comunicados do desligamento e que terão prejuízo se não puderem vender os produtos alimentícios

Comerciantes do ramo alimentício de Caracaraí acionaram a Folha para reclamar do desligamento de energia no Mercado Municipal localizado na Vila Novo Paraíso, KM 500 da BR-174. A informação é que cerca de 15 famílias podem ter prejuízos se não comercializarem os alimentos para a população.

Segundo os denunciantes, o espaço do Mercado Municipal funciona como uma área de alimentação com lanchonetes, pizzarias, bares e restaurantes separados por boxes. Os comerciantes, que prefeririam não ser identificados, afirmam que a equipe da Eletrobras Distribuição Roraima compareceu no local e cortou a energia, sem maiores explicações.

“Só disseram que não pagaram a conta. Os comerciantes não pagavam nada, mas ninguém entrou em contato com a gente para entrar em um acordo. Só cortaram. Todo mundo está prejudicado”, diz a denúncia.

MUNICÍPIO – À Folha, a prefeita de Caracaraí, Socorro Guerra, esclareceu que os comerciantes sabiam da possibilidade de corte. Socorro informou que quando assumiu a gestão teve conhecimento dos contratos do Mercado Municipal. “O box é cedido para os comerciantes. Eles vêm até à Prefeitura, assinam um contrato e se responsabilizam pelo pagamento de energia, água e limpeza de cada box. Porém, essa prática não vinha sendo feita. Quando eu entrei na minha administração, eu comecei a fazer essas cobranças. Todo ano tem que renovar o alvará e eles não tinham aparecido também”, informou.

Com o fim da concessão da Companhia Energética de Roraima (CERR) e a Eletrobras assumindo a administração da distribuição de energia para o interior do Estado, a cobrança foi ainda mais incisiva, diz a prefeita. “Quando a Eletrobras entrou, eles trouxeram esse problema para mim. Então, nós avisamos todos eles, os feirantes, que fossem na Eletrobras para fazer o recadastramento e passassem a energia do box para o devido dono. Acontece que eles não fizeram e a Eletrobras cortou”, disse.

Socorro explicou que os moradores acionaram a Prefeitura e que ela vai tentar, junto com a sua equipe, buscar um aumento do prazo para regularização das dívidas com a Eletrobras, mas que o pagamento tem que ser feito pelos comerciantes. “É um local da Prefeitura? é. Mas é cedido para determinadas pessoas, para que elas explorem o local. Agora, o custo de água, luz e limpeza é responsabilidade da pessoa que está lá. Não é justo que a Prefeitura arque com as despesas sozinha e a pessoa ganhe os lucros. Passa a ser algo privado”, declarou.

ELETROBRAS – A Folha também entrou em contato com a Eletrobras, mas a companhia se limitou a informar que a energia foi suspensa por falta de pagamento do débito de R$ 4 mil e que a conta de energia do mercado estava na responsabilidade da prefeitura do município. (P.C)