Política

Comissão Externa da Crise de Imigração Venezuelana convoca população para reunião conjunta na ALE

A medida tem como objetivo analisar o impacto socioeconômico no estado

Em parceria com a deputada Estadual Ângela Águida Portella (PSC), o Coordenador da Comissão Externa da Crise Venezuelana, deputado Federal Carlos Andrade (PHS), promove no próximo dia 18, uma reunião conjunta na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) com o intuito de avaliar os impactos da imigração venezuelana no estado.

A sessão será aberta ao público e espera-se reunir cerca de 400 pessoas, dentre elas 60 autoridades como Deputados Federais, Estaduais, representantes dos poderes Executivo e Judiciário, entidades internacionais, representantes de Associações e lideranças religiosas. Ao final da sessão, será encaminhado um relatório para avaliação da Comissão Externa da Câmara dos Deputados.

CENÁRIO ATUAL – Na contabilidade oficial do Comitê para a Imigração Venezuelana, formado pelo Poder Executivo em Brasília, o número oficial de venezuelanos que já adentraram o país somam 40 mil pessoas mas, com a entrada de mais de 300 pessoas por dia desde 2016, já calcula-se um mínimo de 100 mil estrangeiros, o que representa 20% de toda a população do estado. “Estou muito preocupado com o cenário que está se desenhando. Claro que compreendemos que é uma questão humanitária e buscamos ajudar a essa população que chega no Brasil faminta e doente, em busca de um recomeço. Mas não podemos simplesmente esquecer que a população do estado de Roraima também está sofrendo muito com essa situação, por diversos fatores, sobretudo, com o aumento significativo da criminalidade”, relata o parlamentar.

Nos três primeiros meses desse ano, a apreensão de armas cresceu mais de 70% no primeiro trimestre desse ano em relação ao ano passado. “A Polícia Civil do estado já atribui esse índice diretamente à questão da imigração venezuelana. Por meio deles, está entrando grande quantidade de armamento e, diante de um cenário de fome e doença, as pessoas perdem o controle”, lamenta Andrade. Além do aumento da criminalidade, a prostituição tomou conta das ruas das cidades do estado: “essas moças são conhecidas como as ‘oitchentas”, devido ao valor cobrado por elas. São jovens que perderam totalmente a dignidade, muitas são menores de idade, e temos relatos de que estão sofrendo violências de todo tipo. É uma realidade muito triste e o Estado precisa tomar uma atitude profícua em relação a isso”, afirma Andrade.

A saúde pública também foi afetada com a imigração: a Secretaria de Saúde do estado já declarou que existe uma epidemia de sarampo na região, doença que já tinha sido erradicada em Roraima. “Já foram confirmados 83 casos da doença e outros 187 casos estão sendo investigados”, revela o Deputado.

A Comissão Externa da Câmara foi requerida pelo parlamentar Carlos Andrade em outubro de 2016, quando a crise ainda era incipiente. Somente um ano e meio depois que o requerimento foi aprovado para que agora, no início de 2018, conseguisse iniciar os trabalhos efetivamente. Formado por nove membros, oito da bancada de Roraima e um parlamentar convidado de outro estado, o colegiado tem como objetivo principal colocar em prática um dos papéis do Poder Legislativo, que é fiscalizar a ação do Executivo, exigindo rapidez nas ações, eficiência e transparência. “Essa situação exige a união dos governos de todas as instâncias, da iniciativa privada e da sociedade civil organizada. Estamos aqui para ajudar a conduzir essa situação dramática e alcançarmos um objetivo comum: o bem-estar dos brasileiros mas também sem deixar de lado o nosso lado humano, oferecendo o mínimo de apoio àqueles que estão precisando de ajuda nesse momento difícil”, finaliza.

*INFORMAÇÕES: Assessoria Parlamentar.