Cultura

Como identificar uma infecção urinária em crianças e adolescentes

Não são só mulheres adultas que sofrem com essa doença. Entenda como esse problema bacteriano age na saúde dos jovens

Mesmo se você não teve, com certeza conhece alguém que já sofreu por causa de uma infecção urinária. Trata-se, afinal, do problema de origem bacteriana mais comum em todo o Brasil – e toda e qualquer pessoa, seja qual for seu gênero e idade, pode contraí-lo.

Justamente por isso, também é preciso ficar atento à saúde de crianças e adolescentes nesse sentido. Entenda abaixo as especificidades desta doença, também chamada de cistite, nos pequenos.

Na infância

Como não controlam as idas ao banheiro, crianças pequenas ficam mais suscetíveis à infecção urinária. Se o problema for frequente, aliás, deve-se investigar a fundo para descartar uma eventual má-formação no aparelho urinário. Nos bebês, que usam fraldas, a atenção com a higiene deve ser redobrada – lembre-se de que bactérias do cocô adoram migrar para outras paragens.

“Estudos mostram que entre 5 e 10% das crianças que chegam ao pronto-socorro com febre sem sinais localizados estão com infecção urinária”, diz o pediatra Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Convém ficar de olho, portanto, na temperatura do corpo e em situações como perda de apetite e vômitos. Nos maiorezinhos, a dica é observar as idas ao banheiro. Se a criança fizer xixi pingadinho, deixar escapar ou se você notar que a urina estiver estranha, leve-a ao médico.

Na adolescência

A explosão dos hormônios sexuais eleva, por motivos diretos e indiretos, a probabilidade de uma infecção urinária aparecer. “A razão ainda não está clara, mas pesquisas associam a doença a mudanças hormonais em si”, observa Sáfadi. Os adolescentes também viram alvo mais fácil por causa da iniciação sexual.

“O sexo é um fator de risco, especialmente se os hábitos de higiene não são os melhores”, nota o médico Rodrigo Lima, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. É que a entrada do pênis na vagina, mesmo com o preservativo, facilita o trânsito de bactérias que vivem na uretra e na região anal – daí a importância de assear bem o local após a relação e as idas ao banheiro. A Associação Europeia de Urologia recomenda não usar camisinha com espermicida, porque a substância pode desequilibrar a flora bacteriana e propiciar infecções depois.