Cotidiano

Comunidades indígenas sofrem com violência, tráfico e alcoolismo

A violência causada pela atuação de facções criminosas em Roraima não é mais problema exclusivo da Capital e de pequenos municípios. As comunidades indígenas têm sofrido com roubos, furtos, estupros e até tráfico de drogas. Os crimes são cometidos por jovens indígenas, aliciados pelo crime, e que acabam levando essa prática para alguns lugares por um certo tempo de convívio pacífico. 

O diretor de Políticas Indígenas da SEI, Alfredo Silva, afirmou que o agravamento da violência nas áreas indígenas está obrigando as comunidades a procurarem alternativas para se protegerem. A solução encontrada foi a criação de grupos próprios de vigilância com o apoio da Polícia Militar. “Esses grupos são criados para que as comunidades defendam o seu patrimônio, o meio ambiente e lutar contra a violência, que tem se manifestado de diversas formas”, disse.

Ele informou que os grupos são resultado de políticas públicas trabalhadas junto ao Governo do Estado. “Recepcionamos estas demandas na SEI e começamos a trabalhar junto ao sistema de segurança pública maneiras de fortalecer e apoiar esse trabalho. Todos os integrantes destes grupos passam por capacitações para poderem atuar da melhor maneira possível”, relatou.

A Polícia Militar encontrou como melhor forma de atender as comunidades a implantação da Polícia Comunitária. Neste caso, são criados os Conselhos Comunitários de Segurança. Ao todo, já são mais de 20 em todo o Estado nos dois últimos anos.

Para regulamentar a atuação destes grupos, surgiu um projeto de lei que passará pela Assembleia Legislativa de Roraima no início deste ano. Se aprovado e sancionada pelo Executivo estadual, a lei permitirá que estes grupos de vigilância comunitária atuem de forma organizada.

“Como o Estado não tem pernas para atingir todas as áreas, estes grupos estão sendo criados. Eles trabalham de forma organizada, podem requerer seus registros na PM e a partir daí fazer um plano para melhor atuarem. Não seriam intervenções diretas, pois essa é prerrogativa do Estado. Seriam agentes de segurança, como um órgão de inteligência da polícia dentro da comunidade”, explicou Silva ao relatar que após a implantação dos grupos, a violência nas comunidades tem reduzido de forma significativa.

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