Cotidiano

Corrupção deve ser combatida pela população, diz presidente da OAB-AL

“A corrupção é uma questão de imoralidade, são condutas que contrariam a lei. E a falta de preocupação e ação do povo brasileiro quanto a essa situação é preocupante”. A afirmação é da advogada e jurista Fernanda Marinela. Na presidência da Seccional de Alagoas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL), a profissional esteve na 3ª Conferência Estadual de Advocacia da OAB Roraima, onde ministrou uma palestra sobre as ferramentas de controle da corrupção e consequências à sociedade.

Segundo ela, existem diversas formas de combate à corrupção, como a Lei de Improbidade Administrativa, Lei Anticorrupção e, a principal delas, a Constituição Federal. Para ela, se faz necessário colocar em prática estas ferramentas. “O que nós precisamos, na verdade, é que essas leis saiam do papel, que elas sejam efetivadas e cumpridas na sua plenitude, para que as autoridades que praticam esse tipo de conduta sejam responsabilizadas”, disse.

Ela afirmou que a corrupção não tem uma causa única, são diversos os fatores, e as consequências da mesma forma são diversas. “Sempre afirmo que corrupção mata e o povo brasileiro precisa ter consciência disso. Basta lembrar a corrupção na saúde, isso deixa a população sem medicamento, sem assistência médica, sem atendimento, então o povo morre. Na segurança pública, vivemos uma triste realidade, onde somos prisioneiros em nossas próprias casas. Afinal de contas, a falta de segurança traz mais homicídios, mais violência e insegurança para a população”, afirmou.

Segundo Fernanda, a corrupção no Brasil chegou a um nível que ferramentas extremas precisaram ser adotadas. “Falo de acordo de leniência, delação premiada, Lava Jato e assim por diante. São medidas excepcionais para o combate à corrupção no nível que estamos hoje. Não podemos permitir que chegue a esse nível novamente. Então, essas medidas são necessárias, mas a nossa Constituição precisa ser respeitada. Combater a corrupção é indispensável, mas precisamos fazer isso de forma responsável”, esclareceu.

A jurista foi enfática ao afirmar que a falta de cultura cívica da população faz com que os índices de corrupção sejam elevados. “A população precisa acordar, perceber a corrupção e combater. Os malefícios da corrupção devem ser explicados para o cidadão ainda na infância e na adolescência por meio da educação. A população precisa se apropriar dos seus bens, dos seus direitos, do patrimônio público que lhes pertence. Com essa cultura, com essa consciência, a corrupção com certeza vai ser combatida com mais incidência”, declarou.

Fernanda ressaltou que a maior ferramenta de mudança ao alcance da população é o voto. “Temos a chance de mudança no próximo ano, com as eleições. Cada vez que um corrupto é reeleito, ele aumenta a sua rede de corrupção e de atos ilegais. Isso é fundamental, escolher bem é indispensável. Esse trabalho de conscientização da população brasileira é indispensável”, destacou.