Política

Crise econômica faz economia de RR retroceder, diz pesquisa

Dados da empresa Tendências Consultoria Integrada indicam que estados regrediram ao patamar de quase uma década

Roraima foi um dos estados que teve retrocesso econômico, segundo projeções do economista Adriano Pitoli, publicada no estudo da Tendências Consultoria Integrada, divulgado pelo jornal O Globo. O levantamento aponta que Roraima e mais 11 estados, além do Distrito Federal, regrediram ao patamar de quase uma década durante a recessão vivida pelo país em 2015 e 2016.

Além de Roraima, figuram na lista São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, onde a recessão foi maior, além de Rio Grande do Sul, Paraná, Amazonas, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Distrito Federal.

Segundo o economista, o Produto Interno Bruto (PIB) de todos os estados do país encolheu neste biênio e Roraima registrou uma queda de 5,7%, 3,8% em 2015 e 1,9% no ano passado, enquanto que no Brasil o PIB encolheu 6,8% em dois anos, sendo 3,8% em 2015 e 3,5% em 2016.

Ou seja, o estudo da Tendências Consultoria Integrada mostra que a recessão que atingiu o Brasil foi disseminada, afetando tanto as regiões mais ricas do Sudeste e do Sul, como estados do Norte. Os números oficiais dos PIBs estaduais são medidos pelo IBGE, mas os últimos dados disponíveis são de 2014.

O Amazonas, por exemplo, que é um dos estados bastante industrializado, e, portanto mais sensível ao ciclo econômico, tende a ter uma recuperação mais acentuada assim que a economia do país voltar a crescer, preveem analistas. Marcelo Souza, superintendente adjunto de Planejamento da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), polo industrial responsável por 92% da receita do estado do Amazonas, diz que a recessão levou o complexo a demitir 30 mil pessoas.

Economista afirma que números de consultoria são pessimistas

O coordenador-geral de Estudos Econômicos Sociais da Secretaria de Planejamento (Seplan), Milton Nascimento,  disse que, por desconhecer a metodologia utilizada pela empresa para fazer a pesquisa, não pode dizer que os resultados não são reais, mas afirmou que, em sua opinião, eles não refletem a realidade.

“Eu considero muito pessimista essa previsão, pois existem muitos dados que ainda não foram liberados pelo IBGE e muitas informações que nem mesmo os economistas de Roraima ainda tem acesso aos dados finais”, frisou. Ele lembrou que o PIB do Estado é feito pelo IBGE e fecha a cada dois anos, então para fechar o PIB do Brasil 2015, o IBGE disponibilizou apenas um resultado provisório e somente após dois anos será fechado o resultado definitivo que deve sair em 2017.

Nascimento destacou que Roraima é um Estado com características únicas que precisam ser levadas em consideração quando se faz um estudo como este. “O Estado depende quase metade da economia da administração pública, não somos industrialmente desenvolvidos e existem poucas mudanças, pois enquanto recebermos repasses federais, o capital gira. São dados que não vou dizer que estão errados, mas, para mim, não refletem a realidade . Esse resultado precisará ser confirmado por outros estudos econômicos e dados oficiais”, complementou.

Ele disse ainda que Roraima tem cerca de 120 atividades econômicas e que em 2014,  o PIB do estado cresceu 2,5% “E de repente reduz -3,5%. Para uma redução dessas temos que retroagir a economia, tem que ter uma grande mudança, e não vi grandes catástrofes econômicas pelos dados iniciais de 2015. O setor de serviços é muito forte e para dar negativo nesse ponto é difícil. Respeito quem fez o estudo, mas não acredito. No meu ponto de vista, é uma visão bem pessimista. A metodologia não conheço, só que pelos dados preliminares disponibilizados em 2015, não acredito nesse valor negativo, tendo em vista o positivismo do ano anterior”, destacou.

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