Cotidiano

Crise no comércio pode ser medida pela queda de 40% nas consultas ao SCPC

Se menos pessoas estão buscando crediário no comércio, isso significa menor número de consulta ao sistema do SCPC

O reflexo da instabilidade pela qual passa o Brasil está em vários indicadores. A demanda por consultas junto ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) é um deles. Em abril do ano passado, 2.765 consultas foram registradas junto ao SCPC. Um ano depois, o número baixou para 1.654, o que representa uma queda de 40%. Isso significa que, quanto menos pessoas buscam por crediário no comércio, menos consulta haverá ao SCPC.

De acordo com dados do SCPC, outro índice que reflete o desequilíbrio econômico nacional são os registros cancelados. Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Roraima (Acir), Jadir Correia, os registros cancelados são equivalentes às inadimplências que são pagas pelos consumidores. Durante o período de um ano, entre o mês de abril de 2016 e 2017, o órgão constatou uma queda de 33% em relação à quitação de dívidas por parte dos inadimplentes no comércio.

Segundo Correia, a falta de dinheiro dos consumidores é atribuída principalmente à incerteza que a crise provoca. Apesar de a maioria dos trabalhadores que já realizaram o saque das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) informar que usaria o dinheiro para pagar as dívidas, o presidente ressaltou que novas compras não foram realizadas.

Em janeiro e fevereiro de 2017, Jadir Correia pontuou que as compras foram efetuadas dentro da normalidade esperada para a época do ano, tendo em vista a contratação temporária realizada pelo setor comercial no fim do ano. Contudo, a partir do mês de março deste ano, o SCPC começou a registrar uma procura menor, que foi comprovada em abril. “É simples: o consumidor não tem dinheiro nem para pagar as contas. O básico, como água e energia, estão mais caros”, declarou.

Ele destacou a insegurança por parte do meio empresarial. Em explicação ao caso, Correia argumentou que o empresário ou comerciante que tem dinheiro para investir em estoques ou funcionários, mas não o faz com receio da incerteza econômica, não consegue expandir o negócio e, consequentemente, não abre frente de negócios nem paga as contas. Diante do cenário, ele tem expectativa de que os índices possam se normalizar no próximo mês, em razão do Dia dos Namorados, 12 de junho.

PAGAMENTO – Ainda que a procura por compras possa aumentar com a proximidade do feriado Dia dos Namorados, Jadir Correia explicou que a principal forma de pagamento tem sido o dinheiro em espécie. O cartão de crédito é pontualmente utilizado no setor de vestuário. “Acredito que no mês de junho a situação possa melhorar. São diversas as opções de presentes para a época, principalmente em relação a roupas”, frisou. (A.G.G)

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