Política

Delegado Francisco é exonerado

Novo secretário de Segurança Pública ainda não foi definido pelo Governo do Estado

O Governo de Roraima publicou no Diário Oficial portaria de exoneração do delegado Francisco Araújo que estava no comando da Secretaria de Segurança Pública (Sesp). Menos de três meses depois de assumir a pasta, ele pediu exoneração do cargo, no dia 16 de outubro, mas ficou aguardando prazo solicitado pela governadora.

Em entrevista à Folha, o delegado Francisco Araújo afirmou que a situação está caótica na segurança pública. “A Segurança Púbica precisa urgente de investimento, pois está em uma situação caótica que vem de governos passados. Não tem incentivo na segurança no Brasil como um todo, mas aqui está complicado. Precisamos de delegacia, de policiais nas ruas, de destacamentos e houve um grande aumento da criminalidade”, disse.

Francisco contou que tinha ideias e planos, mas se sentiu boicotado em sua função à frente do órgão. “Não consegui implantar o que gostaria na Segurança Pública. Tive boicote para colocar em prática minhas ideias. O secretário de Segurança é meramente figurativo, ilustrativo, não tem poder de mando e não consegue desenvolver uma política de segurança como deveria ser. A governadora deveria acabar com a Secretaria de Segurança, pois é apenas um elo na manutenção de convênio com o Governo Federal. Só serve para carimbar e assinar convênios. O secretário não manda em nada em relação a definir a segurança do Estado”, relatou Francisco.

Ele informou que continuou no cargo até que a governadora Suely Campos (PP) definisse seu substituto, mas que agora vai tomar outro rumo. “De que serve um secretário que não consegue sequer mudar uma Central de Flagrantes de um lado para outro? A população esperava que eu fizesse um bom trabalho, me cobrou, mas infelizmente se o sistema não for mudado, se a governadora não chegar e definir que a Sesp comande, o sistema não vai resolver nunca. Roraima é o único estado do Brasil que o secretário é ilustrativo. Eu tive ótimo relacionamento com a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, mas sofri boicote na Polícia Civil. Uma vez convidei os chefes de delegacia para uma reunião e a delegada-geral determinou que eles não fossem. Então entreguei o cargo e saio lamentando a situação da segurança. Me senti decepcionado e envergonhado por ser cobrado e nada conseguir fazer”, frisou.

OUTRO LADO – Em nota, a Secretaria de Comunicação informou que as mudanças no primeiro escalão de Governo foram medidas administrativas e que a secretária adjunta, delegada Haydée Magalhães, vai responder interinamente pela pasta.

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