Política

Deputado defende votação em 2018

Édio Lopes defende a necessidade de um debate mais amplo com a população, tal qual a PEC 199, do enquadramento de servidores do ex-território

A vontade do Governo Federal é que a PEC nº 287/2016, que trata da Reforma da Previdência, seja votada este ano na Câmara dos Deputados. No entanto, ainda não há certeza que a Presidência conseguirá os 308 votos necessários à aprovação da medida. O deputado federal Édio Lopes (PR-RR) já decidiu que votará contra a proposta caso seja levada ao plenário nas próximas semanas.

Em entrevista ao programa Agenda Parlamentar, na Rádio Folha 1020 AM, no sábado, 9, o deputado informou que a reforma da previdência é necessária, porém, precisa ser feita com cautela. “Nenhum brasileiro pode afirmar que o Brasil não precisa fazer reparos ao modelo previdenciário. Esse é o ponto de concordância praticamente de dez entre dez brasileiros. O que se discute é a forma como a reforma foi proposta”, salientou.

O parlamentar se disse contrário à aprovação da PEC 287 e acredita ser inadmissível aprovar a reforma atual e qualquer outra medida que retroaja com prejuízos ao cidadão. “A minha posição está definida, sólida. Não voto reforma nenhuma na Previdência”, reforçou.

Édio acredita que, a melhor forma de votar a questão seria na próxima legislatura, com discussão tal qual houve com a PEC 199, que tratou sobre o enquadramento dos servidores dos ex-territórios.

“Estamos no fim de um governo bastante tumultuado. Claro que nem todos os problemas são culpa do presidente Michel Temer (PMDB), mas estamos no final de mandato de um congresso que não está bem perante a população, perante a opinião pública”, avaliou. “Eu acho que teremos mais legitimidade, temos mais condição de discutir a reforma previdenciária, reforma tributária e outras reformas, no novo governo. Nós não fomos eleitos discutindo a reforma da Previdência. Agora eu acho que a eleição de 2018 será povoada de discussões. Será o momento de discutir com a sociedade como vai ser a reforma”, opinou.

O deputado ressaltou que não se sente legitimado pela população e pelos seus eleitores para fazer a reforma. “Não é possível fazer uma reforma da Previdência sem amplo debate com o cidadão, com o trabalhador. Não vejo até o final do mandato o tempo necessário e a tranquilidade de cenário para fazer um debate. Reforma deverá ser debate próximo eleição, com uma discussão ampla, onde o eleitor vai votar sabendo qual é o posicionamento de cada candidato em relação à reforma da Previdência”, completou.

VOTAÇÃO – Sobre a possibilidade de votação da reforma nos dias 18 ou 19 de dezembro, conforme foi anunciado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder do Governo na Câmara dos Deputados, Édio informou que acredita que o momento atual não seja favorável à aprovação.

“Do total, 124 deputados estão dizendo que não vão votar a favor, como eu estou dizendo também. Agora imagina quantos ficaram quietos, quantos não vão aparecer na sessão, vão viajar no dia da votação e que não vão colocar a sua impressão digital no quadro e confirmar presença em plenário”, questionou. “Quantos já decidiram que vão votar contra, mas não estão dizendo por razões óbvias. É preciso ter coragem de vir nesse momento e dizer, como deputado de base do governo que vai votar contra. Apesar disso tudo, não tenho nenhum problema em demonstrar à sociedade qual a minha posição. Nenhum eleitor meu será enganado, sem saber qual o meu voto”, finalizou Édio. (P.C.)