Política

Deputado não acredita na aprovação da atual proposta de reforma da Previdência

Para Carlos Andrade, é necessário pensar na revitalização da aposentadoria dos trabalhadores brasileiros

 

O deputado federal Carlos Andrade, do Partido Humanista da Solidariedade (PHS), afirmou durante o programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, no domingo, 26, que não acredita na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 287, que trata da Reforma da Previdência, em trâmite no Congresso Nacional. Pelo menos, não no modelo defendido pelo Governo Federal.

De acordo com o parlamentar, que já afirmou ser contrário à aprovação da proposta, a reforma é necessária, mas não da maneira como está sendo feita, sem o devido debate com as pessoas que serão diretamente afetadas pelas mudanças.

“No modelo que o Governo encaminhou a Reforma da Previdência Social para o Congresso Nacional, eu não vejo uma aprovação. Não terá o meu voto e não terá o meu apoio. Eu não posso dizer que ‘não tem que haver uma reforma’. Eu penso que tem sim que ocorrer, mas o molde que foi encaminhado precisa ser melhor discutido, melhor elaborado, tanto com a sociedade, quanto com os congressistas”, afirmou. “O Governo não se comunicou com a sociedade. Tem que envolver os interessados, os agentes envolvidos no processo, o trabalhador, os representantes dessa classe”, avaliou.

O deputado acredita que, mesmo com a alteração anunciada recentemente pelo presidente Michel Temer em retirar os servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência, a proposta ainda precisa ser melhor trabalhada.

“Eu penso que o processo como um todo precisa ser melhor discutido. Eu acredito que o Governo deveria fazer uma auditoria, um diagnóstico, porque nós temos um conjunto de fatores que causam esse problema na Previdência, como a retirada de recursos do setor para aplicação em outras áreas, a má gestão e a própria corrupção”, afirmou Andrade.

As dívidas que não foram pagas por grandes corporações, e que agora não têm mais condições de honrar seus débitos, é um exemplo, segundo o parlamentar. “Eu fiz um levantamento das cem maiores empresas que devem a Previdência e muitas delas estão falidas, tipo a Vasp, a Varig, a Transbrasil, ou seja, é um dinheiro que não vai ser pago”, disse.

“Além disso, outras empresas, como o Banco do Brasil, Caixa Econômica, também devem. Isso causa um rombo de R$ 50 bilhões e, no final, quem tem que pagar por isso é o trabalhador. É desigual. Ou seja, a Previdência é mal gerida, paga benefícios quando não deveria pagar. Então precisa ser melhor trabalhada. É preciso uma instituição séria, que saiba operar, para que o trabalhador quando se aposente consiga obter o resultado da sua merecida contribuição”, reforçou Carlos Andrade. (P.C)