Política

Deputado sugere criação de projetos agrícolas para aproveitar mão de obra

Em apartes, os parlamentares reclamaram da atuação da prefeitura na questão venezuelana

O deputado Joaquim Ruiz (PODE) usou a tribuna nesta terça-feira, 27, para chamar a atenção do grande fluxo imigratório, que faz a cidade de Boa Vista ficar cada dia mais ‘inchada’. A crítica dele foi contundente ao Governo Federal, que apesar de ter enviado representantes ao Estado para conhecer de perto a realidade, as decisões tomadas são paliativas, haja vista que o número de imigrantes aumentou depois que o presidente da República, Michel Temer (MDB), se reuniu com as autoridades estaduais.

“Ninguém quer aqui proibir que imigrante, seja de qual país for, entre no nosso Estado, mas nós não podemos transformar Boa Vista em um depósito de gente. A capacidade de solidariedade do povo do nosso Estado está no limite, porque quem mais tá contribuindo com os imigrantes é o Governo do Estado e a população de Boa Vista. Os outros poderes até agora são muito discurso e pouco resultado. A capacidade também do Governo do Estado de manter essa situação está no limite”, criticou, ao salientar que as áreas mais afetadas são saúde, a segurança pública e a educação.

Ele sugeriu a elaboração de projetos urgentes na área agrícola para aproveitar a mão de obra qualificada como técnico agrícola, engenheiro agrônomo. “Temos que fazer pequenos projetos de assentamento com culturas de curto prazo para tirar a maioria dessas pessoas da rua. O discurso do Governo Federal está muito bonito para a opinião pública brasileira, tanto é que a mídia nacional está dando destaque diariamente à situação que nós estamos enfrentando, e que está piorando, porque nós não temos condições de receber 800 imigrantes por dia. Estamos transformando Boa Vista e um caos econômico e social”, reforçou.

O deputado Naldo da Loteria (PSB) disse que a liberação das forças armadas para atuar no controle do fluxo imigratório foi uma boa medida, mas que o Congresso Nacional precisa urgentemente discutir à atribuição do Exército no país. “Lá no município do Uiramutã tem um PEF (Pelotão Especial de Fronteira), mas lá o tráfico de droga funciona normalmente. O Exército está esperando uma guerra? A guerra já começou, é a guerra urbana, que está nos morros do Rio e nas periferias de São Paulo, está em todas as capitais. O Exército tem hoje um custo altíssimo e sem função. Na cidade de Boa Vista os soldados ficam vigiando as casas, e fazem um treinamento por mês para dizer que estão fazendo alguma coisa. Será que estão esperando a nova guerra do Vietnã para ir às trincheiras lutar? A função do Exército é dar segurança e Pacaraima faz tempo que é uma fronteira aberta, e o Exército dorme”, criticou.

Naldo também fez um contraponto ao avaliar os pós e os contras para Boa Vista com a chegada dos venezuelanos. “Os que não têm qualificação são como as pessoas que existem no Brasil, que também estão desempregadas, passando necessidades por não serem qualificadas para o mercado de trabalho. Os qualificados estão sendo absorvidos pelas empresas, e barateando o custo da mão de obra para a população. Cabe a cada um de nós fazer a nossa parte para minimizar o sofrimento dessas pessoas porque o inverno está chegando”, reforçou.

O deputado Brito Bezerra (PP) disse que enquanto a população está mitigando o sofrimento dos venezuelanos com o sentimento humanitário, a Prefeitura de Boa Vista nada teria feito para minimizar a situação. “O que mais me deixe indignado é a prefeita da capital, Teresa Surita (MDB), ter dito que iria constituir o aluguel social para que essas pessoas que viessem para Roraima pudessem viver e sobreviver bem. Agora que essas pessoas vieram, ela os abandonou. Cadê a prefeita Teresa Surita que prometeu o aluguel social?’, questionou.

 

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