Cotidiano

Deputados classificam audiência pública como vergonhosa

Realizado no auditório do Corpo de Bombeiros, este é o primeiro de seis debates que serão realizados até o mês de abril

A desestatização da Eletrobras foi o tema de audiência pública promovida na manhã desta sexta-feira, 16, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Realizado no auditório o Corpo de Bombeiros, este é o primeiro de pelo menos seis debates que serão realizados até abril deste ano.

Além de representantes do setor de energia, como o Ministério de Minas e Energia (MME), a ação também contou com a participação de parlamentares do Estado. Um dos convidados, o deputado federal Carlos Andrade (PHS), classificou o evento como vergonhoso, devido à limitação de presença da sociedade em geral nas discussões.

“A impressão que tive foi a mais vergonhosa possível, a começar pelo baixo número de participações no auditório. Além disso, essa audiência está sendo realizada dois dias após o carnaval, numa sexta-feira, em uma área militar, o que acaba limitando ainda mais o acesso das pessoas. Se é um evento democrático, que quer tratar de uma situação tão importante para o nosso Estado, como é o caso da energia elétrica, fazê-lo dessa forma não foi à melhor opção”, comentou.

Mesmo aberto ao público, nem todos os interessados puderam acompanharas discussões do evento. O resultado foi à aglomeração de muitas pessoas, em sua maioria funcionários da estatal, em frente ao prédio da corporação.

À FolhaWeb, o deputado do PHS adiantou que mobilizará a bancada roraimense para buscar uma discussão mais ampla sobre a questão junto ao Governo Federal.

“Acho que o Governo Federal está sendo arbitrário e unilateral nessa questão. Infelizmente estão discutindo a situação sem levar em consideração o lado das pessoas que vivem aqui”, destacou.

O deputado Federal Édio Lopes (PR), outro parlamentar convidado, lembrou que a privatização poderá prejudicar principalmente a realização de investimentos de eletrificação nas comunidades da Amazônia Legal.

“Por serem comunidades pequenas, onde o consumo é irrisório e os investimentos são grandes por conta das distâncias, é lógico que uma empresa privada não terá interesse em investir em projetos desta natureza”, salienta.

PROTESTOS – Durante a audiência pública, houve a realização de protestos em frente ao prédio do Corpo de Bombeiros, no bairro Liberdade, zona Oeste da capital.

Pelas estimativas das lideranças da ação, a manifestação contou com a participação de aproximadamente 400 pessoas, entre funcionários da estatal e membros de outras entidades sindicais.

“A previsão do Governo é que as seis distribuidoras que compõem a Eletrobras venham a ser privatizadas até o final de agosto desse ano e a primeira consequência disso será as demissões em massa. Hoje nós temos mais de 400 empregados concursados, 600 terceirizados e caso essa privatização aconteça, o risco de serem demitidos é muito grande”, pontuou o economista e servidor da empresa, Gisselio Cunha.

Matéria completa você confere na Folha Impressa deste sábado, 17.

OUTRO LADO –  Os organizadores da audiência pública entraram em em contato com a Folhaweb e explicaram que minutos antes do início da audiência, a produção conversou com os funcionários do Corpo de Bombeiros, e as portas foram deixadas abertas para que todos pudessem entrar. “Além disso, a convocação da audiência foi feita com antecedência pelo Diário Oficial e divulgada por vários veículos nacionais de mídia, antes do Carnaval. Não houve qualquer impedimento de participação. Quem ficou de fora foi por livre e espontânea vontade, havia lugar no auditório. Não houve tumulto, a decisão de não entrar foi das pessoas. As portas estavam abertas”.

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