Polícia

Dois são detidos para esclarecer porte ilegal de arma e transporte de carne

No fim da tarde de quinta-feira, dia 15, dois homens foram flagrados com arma de fogo, fazendo transporte, na carroceria de um Ford/Pampa, de boi abatido fora dos padrões sanitários. Apesar do transporte da carne não seguir o rigor estabelecido para consumo, a procedência do animal era lícita, segundo a Polícia Civil.

A Delegacia de Mucajaí, na região Centro-Oeste do Estado, responsável pelo caso, destacou que o crime praticado por um dos homens foi apenas o de porte ilegal de arma de fogo e não há configuração de furto de gado, como havia sido divulgado em aplicativos de compartilhamento de imagens e mensagens instantâneas.

A apreensão da mercadoria e da arma ocorreu na região da Vila do Roxinho, Município de Iracema, a Centro-Sul do Estado, por volta das 18h do dia 15. O delegado Eduardo Batista, do DP de Mucajaí, esclareceu o fato à reportagem da Folha. “Há um força-tarefa, criada pela Delegacia-Geral, que está investigando esses furtos em alguns municípios do Estado. Essa equipe da Delegacia-Geral estava na região do Roxinho, Município de Iracema e lá na Vicinal 3, os agentes abordaram um carro que estava transportando gado. Foram abordados dois homens no carro, um deles se apresentou como filho de uma proprietária de açougue na Vila do Roxinho”, disse Batista.

O proprietário do gado apresentou-se logo em seguida e falou que tinham abatido o gado em sua fazenda, que inclusive fez a venda por questões financeiras. Ele se comprometeu em apresentar a documentação, mas não apresentou na hora. Os policiais viram que o gado tinha sido abatido a tiro, fizeram a revista no carro e localizaram um rifle, calibre 22, e munições.

“Esse rapaz que é filho da dona do açougue se identificou como sendo proprietário da arma, que estava na posse dele e que tinha sido utilizada para o abate do animal. Eles foram levados para a delegacia junto com a arma, o gado, porém o dono do boi apresentou o GTA [Guia de Trânsito Animal] com data e hora anterior ao abate. O GTA foi feito por volta das 14h05, o abate se deu por volta das 16h e a abordagem policial em horário próximo às 18h”, explicou o delegado.

O couro do animal apresentava a marca do ferro registrado pelo proprietário na Aderr (Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima). As equipes também foram ao local do abate e confirmaram que tinha sido na propriedade. A polícia concluiu que, apesar de ter sido realizado um abate clandestino, a origem do gado era lícita.

“Só ficou o crime de porte de arma de fogo de uso permitido, por causa do rifle. Como nessa força-tarefa parece que a Aderr também está participando, os agentes guardam a carne numa câmara frigorífica, eu repassei a questão da carne para a Aderr, que fez a fiscalização e apreendeu a carne, por considerar que ela não estava em condições de consumo”, concluiu a autoridade policial.

Quanto à arma de fogo, Eduardo Batista ressaltou que fez o flagrante do dono, arbitrou fiança que foi paga e, por isso, o detido foi solto. Conforme o delegado, nenhum dos abordados é reincidente na prática do crime de roubo ou furto de animais, como foi divulgado.

Um dos envolvidos no caso gravou um vídeo e chamou de irresponsável a atitude de quem divulgou sua imagem como sendo de um criminoso. “Eu só quero fazer uma declaração de que não roubei gado de ninguém. As pessoas que postaram essas imagens como se eu tivesse roubado se equivocaram, não têm responsabilidade do que fazem”, enfatizou. (J.B)