Cotidiano

Eletrobras começa a implantar usinas de fonte de energia alternativa em RR

Entre as alternativas estão usinas de energia solar, eólica e de biomassa, que atenderiam os municípios de Bonfim e Rorainópolis

A demora na inclusão de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de distribuição de energia tem afetado os moradores dos municípios do interior do Estado, principalmente no Bonfim, ao leste, e Rorainópolis, ao sul. Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, no domingo, o presidente da Eletrobras Distribuição Roraima, Anselmo de Santana, informou que para solucionar este problema a empresa planeja implantar usinas de geração de energia alternativa, como solar, eólica e de biomassa, nestas localidades.

Santana lembrou que a empresa assumiu o serviço de prestação de energia para o interior no dia 1º de janeiro de 2017, após a perda da concessão pela Companhia Energética de Roraima (CERR). “Assumimos uma empresa que estava totalmente deteriorada, que praticamente só servia para cumprir com a folha de pagamento. Havia problemas de passivo ambiental, na geração e na distribuição. Muitos postes estavam podres e por aí vai”, listou.

Ele frisou que a rede de distribuição do interior é muito longa. “Começamos a reparar os problemas assim que assumimos e aos poucos vamos chegando a todas as vilas, municípios, vicinais e entroncamentos. Restauramos usinas que estavam em situação precária resolvendo passivos ambientais. Estamos trabalhando com afinco. Temos regiões que estão isoladas com as chuvas, mas mesmo assim continuamos o trabalho”, declarou.

O presidente da empresa de distribuição de energia informou que o município que mais sofre com quedas de energia é o Bonfim, seguido do Cantá, com quem faz divisa, e Rorainópolis. “Construímos uma subestação no Bonfim, que irá melhorar o fornecimento de energia por lá. No Cantá, temos muitas vicinais com muitas árvores ao longo da rede de transmissão, quando uma cai, desliga toda a rede. Não dá pra tirar as árvores todas de uma vez, isso leva tempo”, disse.

Santana também lembrou que o Ministério de Minas e Energia exige que a empresa se esforce para avançar e não apenas manter a qualidade do serviço. “Estamos com projetos em uma empresa de pesquisa no Rio de Janeiro sobre usinas híbridas, que utilizariam energia solar, eólica e de biomassa. Pretendemos instalar estes modelos no Bonfim, que poderá atender também à demanda dos municípios vizinhos. Uma no mesmo modelo seria feita em Rorainópolis para atender à demanda do sul”, afirmou.  

Em pleno funcionamento, a usina de energia alternativa teria capacidade de geração de 5 megawatts, porém o município consumiria apenas 1,5 megawatts. “Esse excedente poderia atender Normandia ou Cantá, que são limítrofes de Bonfim. Estamos estudando um modelo parecido para Rorainópolis”, adiantou.

O investimento para a usina hibrida é de R$ 90 milhões, com expectativa de duração superior a 20 anos. No ano oito, a usina já teria amortizado o investimento. Além disso, a instalação de usinas no interior também iria aliviar o consumo em Boa Vista, que não teria mais que distribuir para estas localidades. “Hoje o fornecimento de energia nos municípios do interior é garantido pelas usinas de Boa Vista. Aqui tem uma peculiaridade, todo projeto de fonte alternativa repercute positivamente em Boa Vista. Seremos o primeiro estado a inverter a matriz energética”, explicou.