Cotidiano

Em 2 meses de campanha menos de 53% foram vacinados

Números divulgados apontam que apenas 52% de pessoas em todo estado foram imunizadas; na capital o percentual é de apenas 44%

A poucos dias do fim da campanha de vacinação contra a gripe, os números registrados em Roraima estão muito abaixo da meta, conforme informou a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). Em quase dois meses de campanha, apenas 52,29% do público-alvo foi imunizado em todo o estado, diferente do planejamento inicial que pretendia atender 90% de todos dos grupos prioritários exigidos pelo Ministério da Saúde. A campanha encerra nesta sexta-feira, 15.

De acordo com o gerente do Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunizações, Rodrigo Denin, não foi falta de divulgação para que a população pudesse aderir a vacina e ficar livre do vírus da gripe causada pelo vírus da Influenza A e B. “A gente tá pedindo que os municípios se empenhem e busquem sua população para vacinação. A obrigatoriedade da execução é o município, que faz a sua própria campanha. O estado supervisiona, dá apoio, orienta, mas o município que tem a obrigação de fazer as atividades”, esclareceu.

Nos números divulgados pela Secretaria de Saúde, destaca-se o município de Caracaraí com o menor percentual, apenas 29,76% de pessoas atendidas, ficando atrás de Mucajaí com 30,22% e São João da Baliza com 39,97%. Os que tiveram melhores resultados foram Bonfim, que atingiu 76,08%, Caroebe com 76,04% e Uiramutã com 71,54%.

Os municípios de Amajari, Cantá, Normandia e Pacaraima obtiveram o resultado superior a 50% das pessoas imunizadas. A capital Boa Vista registrou apenas 44,37%, junto com Alto Alegre, Iracema, Rorainópolis e São Luiz, que obtiveram números inferiores a 45%.

Das 63 mil doses que foram disponibilizadas para Boa Vista, apenas 29 mil foram utilizadas. Entre as metas estavam a adesão de 90% de cada grupo prioritário, que são: crianças de seis meses a menores de 5 anos, profissionais de saúde, gestantes, puérperas, idosos, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e povos indígenas. Sem conseguir alcançar esse público-alvo, a campanha se estendeu para outros grupos, como professores, pessoas privadas de liberdade, adolescentes cumprindo medidas socioeducativas e agentes penitenciários, porém, esses grupos não são contabilizados como meta dentro da campanha.

Para a coordenadora municipal de imunização, Márcia Figueiredo, o grande problema encontrado durante a realização da campanha foi uma resistência da própria população, que temia uma reação adversa após a aplicação da vacina. “A vacina é segura, feita de vírus inativado. Isso quer dizer que as reações que advêm dessa vacina são reações leves que duram no máximo dois dias. A vacina não vem para o adoecimento, é o contrário disso”, esclareceu.

Márcia apontou também a importância de a população entender a necessidade da vacinação para que evite problemas futuros ou doenças mais agravantes que são oriundas da gripe.

Para atingir o maior número possível na meta, equipes foram disponibilizadas para irem até as creches, mas muitos pais não aceitaram a aplicação da vacina. “Entre os pais criou-se o mito de que a vacina causa complicações graves nas pessoas. As crianças são sempre os números mais baixos dentro dos grupos prioritários, sempre a meta mais difícil de atingir. Vamos voltar às creches para tentar resgatar as crianças que não foram encontradas no primeiro momento ou que os pais não autorizaram em um primeiro momento. O maior perigo caso não ocorra a vacinação é o adoecimento e o desenvolvimento de doenças respiratórias graves”, completou Márcia.

Todas as doses estão disponíveis nos postos de saúde gratuitamente. As que não foram utilizadas não serão descartadas e estarão disponíveis mesmo com o fim da campanha. (A.P.L)