Política

Em avião da FAB, senador vai a Brasília defender Aécio Neves

Apesar da Casa Civil da Presidência afirmar que o avião seria usado para levar o senador para tratamento, ele foi direto para o Senado

O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB), usou avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar entre Roraima e Brasília, na última terça-feira (3).

O pouso do Learjet 135 da FAB foi confirmado pela Infraero as 23h54min de segunda-feira (2) com decolagem às 9h04min de terça-feira (3) mas não foram divulgados os nomes dos passageiros.

Em nota publicada pelo jornal O Globo, em matéria sobre o mesmo tema, a Casa Civil da Presidência da República afirmou que “Diagnosticado como portador da doença denominada ‘Diverticulite’ o senador Romero Jucá solicitou a disponibilização de aeronave da FAB para fazer sua remoção de Roraima para o competente tratamento”.

A Casa Civil também teria afirmado que após verificado o disposto nos artigos 1º e 4º, do Decreto 4244 de 22 de maio de 2002, que autoriza o uso de aeronave por motivo “de emergência de saúde”, foi autorizada a referida disponibilização para que tal autoridade pudesse ter, com a necessária urgência, o tratamento médico”.

Apesar de ter utilizado o avião da FAB sob alegação de “urgência médica” para tratamento de saúde, o senador viajou para Brasília e não para São Paulo, onde foi direto para o Senado onde fez discurso durante meia hora para defender que não se afastasse Aécio Neves (PSDB).

No discurso, o peemedebista falou sobre a internação, mas disse que mesmo assim, fez questão de comparecer à Casa exclusivamente para defender sua posição e que, na sequência, iria para o hospital Sírio Libanês em São Paulo para continuar o tratamento da inflamação no abdômen.

“Se tivesse medo, teria que renunciar ao meu mandato. E vou exercê-lo na minha plenitude até o último dia do meu mandato, quando o povo de Roraima, talvez para o ano, me renovar para o meu quarto mandato, ou me tirar o mandato, se entender que eu não sou um bom senador. Mas, enquanto eu estiver aqui, eu vou exercer este mandato na minha plenitude, e não vou ser subjugado. Não vou aceitar ilações, não vou aceitar prejulgamentos, não vou aceitar ser julgado pela turba midiática”.

A FAB não divulga o valor dos gastos com voos oficiais sob a justificativa de que “o custo da hora de voo das aeronaves militares é informação estratégica e, por isso, protegida”.

OUTRO LADO – Procurado por meio da assessoria de imprensa, o senador não se pronunciou sobre o voo.