Cotidiano

Empresa diz que mantém acordo para construir linhão e espera pela Funai

Concessionária que vai construir Linhão de Tucuruí afirma que está pronta para iniciar as obras assim que receber autorização por parte da Funai

Representantes da concessionária Transnorte Energia S.A., da Eletronorte e membros da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier) debateram, na tarde de ontem, 11, os principais entraves que influenciam na demora da instalação do Linhão de Tucuruí, na Terra Indígena dos Waimiri-Atroari, que se estende na divisa entre Roraima e Amazonas.

O encontro foi promovido durante a 3ª reunião ordinária do Centro Temático de Ambiente, Recursos Naturais, Infraestrutura e Energia (Ctmar), no auditório da Fier, com o objetivo de dar mais detalhes sobre a atual situação da questão energética na região.

Para o diretor técnico da Transnorte, Raul Ferreira, o único empecilho claramente identificado é a falta de atividade da Fundação Nacional do Índio (Funai). “Falta iniciativa no sentido de resolver o problema. O que a gente percebe é que a maior parte dos órgãos e instituições tem demonstrado mais força para fazer acontecer”, afirmou. “Nesse momento, eu dependo de uma reunião entre a Funai e os índios para poder entrar na terra indígena, fazer os estudos que faltam, para a gente tentar obter a licença de instalação”, completou.

Segundo o diretor, a última resposta favorável que teve com a Funai foi em abril deste ano, quando o órgão indigenista afirmou que trataria sobre o assunto com os indígenas, porém, com a mudança no quadro da presidência da Funai, o encontro com os índios foi adiado. “A gente já encaminhou ofício novamente à Funai, questionando para quando foi remarcada essa reunião, mas ainda não obtive retorno”, disse.

No entanto, apesar das dificuldades, Raul Ferreira esclareceu que a empresa deverá cumprir com o acordado. “Até o momento, a empresa continua aguardando a licença de instalação para que possa iniciar as obras.

INDÚSTRIAS – “Assim que a licença for emitida, vamos mobilizar toda a nossa força de trabalho para começar e concluir as obras no prazo adequado”, reforçou.

O presidente do Centro Temático de Ambiente, Recursos Naturais, Infraestrutura e Energia (Ctmar), Oneber de Magalhães Queiroz, ressaltou que o evento também teve como objetivo informar os membros das indústrias que necessitam das informações necessárias, para planejar os seus investimentos.

“A energia é crucial para o desenvolvimento do Estado, para instalações de novas indústrias e novos empreendimentos comerciais. Sem energia, nós não vamos conseguir chegar a lugar nenhum, o progresso vai parar até essa matriz energética chegar”, frisou. (P.C.)

Eletronorte já está pronta para receber interligação, afirma diretor

O gerente regional da Eletronorte. Roni Franco, também defendeu que a empresa já fez a sua parte no processo para conclusão do Linhão de Tucuruí, entre Boa Vista e Manaus (AM). “Para ligar Roraima ao sistema nacional de distribuição de energia, a subestação Boa Vista, que está sob responsabilidade da Eletronorte, precisaria se modernizar, ampliar a sua capacidade de transformação, e isso já ocorreu. De 2013 a 2015, a Eletronorte fez todas as modificações necessárias. Esses serviços já estão finalizados, nós estamos esperando apenas que a linha chegue a Boa Vista”, afirmou.

Segundo Franco, com a instalação do linhão, Roraima só tem a ganhar com estabilidade energética e qualidade de vida. “O linhão é um circuito duplo, com interseção no meio dele. Hoje, nós temos o sistema radial, ou seja, só um circuito. Se deu problema, deu blecaute. Um circuito duplo, como uma interseção no meio, é como se fossem quatro linhas. Se um circuito der problema, nós temos outros para atender. A possibilidade de ocorrer apagão é 99,9% menor, sem perda de equipamentos e garantindo a segurança energética”, complementou.