Cotidiano

Empresários esperam plantar 50 mil hectares no próximo ano

Expectativa é que nos próximos cinco anos o plantio de soja em Roraima alcance a marca de 100 mil hectares de área plantada

O plantio de grãos vem ganhando cada vez mais espaço em Roraima. No sábado, dia 2, foi realizada na Fazenda Tucumã, no município de Alto Alegre, distante 77 quilômetros de Boa Vista, a 5ª edição da Colheita da Soja no Cerrado de Roraima. Ao todo, um grupo de pouco mais de 100 empresários colheu 100 mil toneladas do grão de uma área de plantio de 32 mil hectares. O bom resultado já é um estímulo para a próxima safra, que segundo estimativas do setor pode chegar até 50 mil hectares, mantendo Roraima no posto de Estado que mais cresce no plantio de soja proporcionalmente em todo o país.

O presidente da comissão da 5ª edição da Colheita da Soja no Cerrado de Roraima, o empresário Antônio Denarium, afirmou que a soja vai mudar a economia do Estado e a vida das pessoas que aqui vivem. “A vocação de Roraima é produzir alimentos, é produzir grãos e carne. Pra se ter uma ideia, há quatro anos plantamos 15 mil hectares de soja. Esse ano já estamos colhendo 32 mil hectares, ou seja, tivemos um crescimento acima da média nacional. Neste período ampliamos a área plantada em 100%”, explicou.

Quando o assunto é setor primário, Roraima também desponta na produção de algodão e outros grãos como o milho, arroz e feijão. Somando todas essas culturas, o Estado já está plantando mais de 50 mil hectares. Somado à pecuária e a todo o setor produtivo, Roraima produz hoje aproximadamente R$ 1 bilhão com o agronegócio. “Esse setor tem a chance de mudar a matriz econômica do nosso Estado. Hoje, a cada 25 hectares de agricultura plantada geram emprego direto e mais alguns indiretos em transportadoras, lojas de peças de caminhões, concessionária de trator, loja de autopeças, pneus, mecânicos, entre outros, uma infinidade de serviços ligados à atividade produtiva”, explicou Denarium.

Ele salientou ainda que o agronegócio no Brasil está sustentando a balança comercial e que em Roraima não é diferente. “A soja é o principal produto da pauta de exportações do Estado de Roraima. Quando chega no porto de Itacoatiara, nossa soja ganha o mundo, chegando a Europa e diversos outros países”, informou o presidente da comissão.

Denarium reforçou que também é necessário o apoio do setor público. “Precisamos de infraestrutura, estradas de boa qualidade, pontes, energia elétrica. Precisamos urgentemente da conclusão do processo de regularização fundiária, porque vai nos trazer segurança jurídica e nos permitir atrair novos investidores. Precisamos também da conclusão do ZEE [Zoneamento Ecológico Econômico], porque ele é o gerenciador do território e que vai definir onde são as áreas produtivas do nosso Estado”, comentou.

O empresário reforçou que a vocação de Roraima é a produção de alimentos. “Estamos atraindo novos investidores e precisamos ampliar a nossa base, se continuarmos com esse crescimento de produção, tenho a certeza que nos próximos cinco anos estaremos produzindo em mais de 100 mil hectares em Roraima. Estimamos que na próxima safra vamos plantar 50 mil hectares, pois já temos novos investidores e também aqueles que vão ampliar a sua área de plantio”, informou.

A governadora Suely Campos reconheceu a importância do setor produtivo para a economia local. “A cada hectare a mais de plantio de soja nós comemoramos muito. Não tenho dúvidas que Roraima é a nova fronteira agrícola do país. Com esses quatro milhões de hectares de lavrado que temos prontos para o plantio de grãos concessionados com a pecuária, nosso Estado tem um grande potencial. Isso já está comprovado por todos os produtores que já vieram pra cá e que acreditam nesse Estado e que aqui estão investindo”, disse.

Ela afirmou ainda que o papel do Governo do Estado é retirar todos os entraves que impedem o processo de crescimento de Roraima por meio do setor primário. “O primeiro deles é a questão da segurança jurídica das terras. Isso nós já estamos fazendo. Iniciamos a titularização das terras. O maior programa neste sentido na Amazônia Legal. Nós também ampliamos a validade da lei 215 para 2050, que permite a isenção de impostos para a aquisição de maquinário, insumos, combustível e equipamentos diversos. Então estamos trabalhando para que o nosso estado se torne realmente uma grande fronteira agrícola, gerando renda e riquezas para o nosso estado”, afirmou.