Política

Entendimentos podem levar quatro deputados para a base governista

Caso as negociações se concretizem, Governo do Estado passará a ter maioria no Legislativo, enfraquecendo a oposição

Ao que parece, tem dado bons frutos às investidas do governo na busca de aliança com os deputados da chamada “linha independente”. Quatro dos 14 deputados que hoje pertencem ao G14, grupo que liderava a oposição ao governo na Assembleia Legislativa, estão sendo cortejados pelo grupo governista e podem mudar de lado a qualquer momento.

As negociações correram soltas durante o período de recesso, mas faltando uma semana para o retorno das atividades parlamentares na Assembleia Legislativa, essas possíveis mudanças ainda estão indefinidas. No entanto, uma coisa parece certa: o grupo de apoio ao governo vai aumentar consideravelmente.

Nos bastidores, a informação é que os deputados Joaquim Ruiz, Chico Mozart, Xingu e Naldo da Loteria estão entre os cortejados e, em alguns casos, o “namoro” já estaria bem evoluído. Em entrevista à Folha, o deputado Brito Bezerra (PP), líder do governo na Assembleia, explicou que somente na semana que vem as negociações devem ser concluídas. Ele não quis adiantar como o governo pretende trabalhar a vinda dos novos parlamentares.

“Estamos em negociação em busca de parcerias que devem ir se concretizando ao longo do ano. Temos grandes expectativas de aumentar a bancada governista e estamos conversando com os deputados”, disse.  Brito negou que houvesse alguma mudança definida e afirmou que em política tudo evolui de forma muito lenta.

“É tudo muito lento, negociado e evolui de forma tranquila. A política é muito diálogo. Temos grandes expectativas de voltar com todo vapor votando a reforma administrativa do governo, contando com a aprovação dos parlamentares aliados em bons projetos para o Estado e dando o retorno que a sociedade precisa da classe politica. Não temos cargos [no governo] e nosso objetivo é caminhar de forma conjunta na Assembleia”, disse.

O que querem os pretensos novos aliados

*Deputado estadual Chico Mozart (PRP) – O parlamentar tem interesse na implantação do seu Programa Bolsa de Estudo Universitária por parte do Governo de Roraima. O projeto foi suspenso desde 2009 e pode retornar em 2017. O projeto consiste em oferecer bolsa de estudos aos alunos universitários comprovadamente sem condições de bancar uma universidade particular. Seu nome já foi cotado para integrar a base aliada várias vezes, mas ele nunca confirmou sua participação na base governista. A Folha não conseguiu contato com ele para comentar a informação.

* Deputado Naldo da Loteria (PSB) – Ainda não está clara a contrapartida para que o parlamentar passe par ao grupo governista, mas ele seria o interlocutor que está à frente da negociação com o governo. Por enquanto, ele estaria exigindo apenas execução de suas indicações e emendas parlamentares. Porém, em conversa com a Folha, o parlamentar afirmou que desconhece a informação sobre sua mudança para a base aliada.

*Deputado Odilon Filho (PEN) – Ele era da base governista e saiu do governo no início do ano passado, passando a fazer parte do chamado Blocão, que era ligado à oposição.  O deputado quer que suas indicações na Casa sejam atendidas pelo governo e almeja a reconstrução da Escola Castelo Branco e a implantação da base de fiscalização no Município de Caracaraí, sua base política. Também deseja apoio a seu grupo político naquele município. A Folha não conseguiu contato com ele.

*Deputado Janio Xingu (PSL) – O parlamentar busca parcerias do Governo de Roraima para as prefeituras do Cantá, que tem seu irmão Carlos José da Silva (PSL), mais conhecido como Carlos Barbudo, como prefeito, e de Caroebe, que tem seu aliado Argilson (PSDB), como prefeito eleito. A Folha não conseguiu contato com ele para comentar sobre o assunto.

*Deputado Joaquim Ruiz (PTN) – Esse é o nome que mais aparece como migrante da oposição para o governo. Em entrevista à Folha, o parlamentar confirmou as conversações, mas disse que por enquanto não existiria nada realmente fechado. “Estamos em negociação. Minha prioridade será implantação do curso de Medicina da UERR, com 40% das vagas destinadas para o interior. Este é o projeto da minha vida. Então, eu estou trabalhando para que haja esse entendimento e eu não estou negociando cargos ou secretarias. Coloquei uma proposta para o governo para deixar um legado para futuras gerações”, disse.