Cotidiano

Escola Irmã Teresa Parodi receberá Ensino Básico Militar

Semana de integração inicia nesta segunda-feira, 20, com instruções aos alunos sobre a nova rotina

O Governo de Roraima implantará o Ensino Básico Militar em mais uma escola da Rede Estadual. A unidade contemplada foi a escola Irmã Teresa Parodi, localizada no Residencial Vila Jardim, no bairro Cidade Satélite, Zona Oeste da capital.

A reunião de anúncio para os professores e a apresentação da nova metodologia ocorreu nesta quinta-feira (16) e teve a presença do secretário estadual de educação, Jules Rimet Soares, da secretária-adjunta Ana Ferst, do comandante geral da Polícia Militar, Coronel Dagoberto Gonçalves, do secretário-chefe da Casa Militar, subcomandante Magalhães José Damasceno e outros militares.

Essa é a terceira escola que passa a oferecer o EBM. Em 2016, foi implantado nas escolas Professora Elza Breves de Carvalho, no Conjunto Cidadão e na escola Doutor Luiz Rittler Brito de Lucena, no Nova Cidade.

“Foi uma determinação da governadora Suely Campos que esta unidade também tivesse a disciplina militar. É um projeto que tem dado certo. As duas escolas que implantamos no passado já mostram resultados muito bons”, lembrou Rimet. Ele adiantou que ainda este ano mais escolas serão contempladas com esta modalidade de ensino.

Na próxima segunda-feira, 20 de março, pela manhã, inicia a semana de integração com alunos que receberão as instruções de como será a nova rotina militarizada no ambiente escolar.
“A governadora nos lançou este desafio e estamos aqui para contribuir. Estamos otimistas. Já temos experiência neste processo. A escola é nova, com excelente estrutura física e bons professores. Então agora é só trabalhar a doutrina militar. Temos certeza que em pouco tempo teremos excelentes resultados aqui”, disse o coronel Dagoberto Gonçalves.

Durante a reunião, ele explicou que a metodologia será a mesma aplicada nas escolas Elza Breves e Luiz Rittler de Lucena. Foram disponibilizados 18 militares, sendo 15 monitores de alunos e assistentes, um coordenador pedagógico, um comandante de corpo de alunos e um diretor para somar com o quadro de funcionários da Irmã Teresa Parodi. O ano letivo na escola começou nesta quinta-feira, 16, e os miliares já estão na unidade alinhando com os professores a metodologia aplicada.

Este ano o governo elaborou um Projeto de Lei que cria o Corpo Voluntário de Policiais e Bombeiros Militares Inativos, que permite que policiais e bombeiros militares da reserva remunerada, os chamados inativos do Estado de Roraima ou do ex-Território Federal, atuem em situações especiais, nas escolas da Rede Estadual de educação que adotam a doutrina militar.

“O projeto foi elaborado justamente para não tirarmos os policiais da ativa, que estão no policiamento de rua e autoriza aos policiais da reserva da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros a assumirem escola com doutrina militar e o comando autoriza ele vestir farda para desenvolver esse trabalho nas escolas”, ressaltou o coronel.

ESCOLA – A gestora Ismênia Gomes passou um breve histórico de como é o funcionamento da escola e apontou as dificuldades que enfrentam no dia a dia. “Agora com a implantação do EBM vejo como possibilidade real de elevar o índice de aprendizagem e a qualidade do ensino, porque temos excelentes professores e uma escola bem estruturada. O que estava nos faltando chegou, que é a disciplina militar”, ressaltou.

Os 1.135 estudantes matriculados na unidade são todos moradores do bairro Cidade Satélite e adjacentes. A escola funciona durante o dia com Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano e à noite com Ensino Médio. O professor de matemática, Domingos Anselmo, disse que a mudança trará uma nova realidade para a escola.
“Nossos alunos não apresentam grande déficit de aprendizagem, o problema é a questão de risco de envolvimento com drogas e violência, situações que influenciam dentro de sala de aula. São problemas externos que querem trazer para dentro da escola. Com a disciplina militar, acreditamos que vão trabalhar não somente com os alunos, mas com as famílias e isso vai refletir na sala de aula e o desempenho será bem mais significativo. Era nosso anseio ter o Ensino Básico Militar na Teresa Parodi”, comentou.

HISTÓRICO – A escola foi construída com recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) em parceria com a Caixa Econômica. Depois de pronta, a unidade foi repassada para o Governo do Estado.

A escola estadual Irmã Maria Tereza Parodi possui 12 salas de aulas com capacidade para 35 alunos. Possui ainda biblioteca, laboratório de informática, sala de professores, mini auditório, sala multifuncional, refeitório, pátio e quadra de esporte coberta.

HOMENAGEM – A escola leva o nome da missionária Maria Teresa Parodi, conhecida como Giannarosa, pelos trabalhos prestados para a educação no Estado. Ela nasceu em 31 de janeiro de 1935, em Cornigliano na cidade de Genova na Itália. Ela ingressou na congregação das Irmãs Missionárias da Consolata no ano de 1957, ainda na Itália. A missionária chegou ao Brasil no dia 22 de novembro de 1963. Ela sempre trabalhou com educação. A irmã Giannarosa passou pelos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Nesses estados ela trabalho como diretora nos colégios das Irmãs Missionárias da Consolata.

A missionária chegou em Roraima no dia 10 de julho de 1994. Em fevereiro de 1995 assumiu a direção da escola estadual Padre José Monticone, em Mucajaí. Em 2014 ela foi transferida para a Capital e foi trabalhar na escola estadual Luiz Brito Hittler de Lucena, no bairro Nova Cidade. Além de educadora pedagógica, ela ajudava na capacitação dos lideres da Pastoral da Criança.

Em 2009, ela foi transferida para a comunidade Nossa Senhora de Nazaré, no município de Normandia, onde deu continuidade as atividades da Pastoral da Criança. No ano de 2011 foi transferida para a Casa Regional e suas atividades foram: Pastoral da Criança, por seis meses na Fazenda Esperança e trabalhos interno na Seed.

Em 2015, no mês de junho, a missionária sofreu um assalto e foi internada no Hospital Geral devido uma fratura no fêmur, em que teve que fazer cirurgia. No dia 6 de outubro, acompanhada de uma irmã, viajou para São Paulo com a finalidade de fazer fisioterapia. No dia 20 do mesmo mês, ela faleceu em São Paulo.

Com informações da Secom-RR