Cotidiano

Exames de DNA identificam corpos de presos que foram carbonizados

Por meio de exames de DNA, foram identificados mais três corpos e atestada a paternidade de um agricultor acusado de estupro

O diretor do Instituto de Criminalística de Roraima, Sttefani Pinheiro Ribeiro, em entrevista coletiva ontem, anunciou que já foram identificados os corpos dos cinco presos carbonizados na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc). Depois de 50 dias à espera, as famílias poderão resgatar os corpos no Instituto Médico Legal (IML) a partir da próxima segunda-feira, dia 12.

Segundo o diretor, duas peritas roraimenses viajaram no mês passado a Belém (PA) e fizeram 34 exames de DNA. Elas conseguiram elucidar 10 casos. Além dos cinco presos que foram mortos no dia 16 outubro numa briga de facções criminosas, também foram confirmadas as identidades de dois homens carbonizados em um acidente de trânsito na BR-174, em Mucajaí, no mês passado.

As técnicas também identificaram um corpo que estava desde 2015 no Instituto Médico Legal (IML). Os exames ainda apontaram a paternidade de um homem que estuprou e engravidou duas enteadas menores de idade, crime ocorrido em meados deste ano, também em Mucajaí. O diretor adiantou que os laudos serão encaminhados à Polícia Civil para embasar os inquéritos.

Os corpos dos presos identificados são: Jorge da Costa Batista, Leno Rocha Castro, Leandro Pereira, Euclides Mangabeira e Altair Sobral Araújo. Os corpos carbonizados em um acidente de trânsito na BR-174, em Mucajaí, são de Kennedy da Silva Pinto e de Nildo da Conceição de Jesus.

O corpo que estava desde 2015 no IML é de Edvaldo Souza da Silva, morto em Pacaraima, município ao Norte de Roraima. Os laudos dos dois carbonizados na BR-174 já estão prontos e as famílias já podem ir buscar os corpos.

Os exames de paternidade confirmaram o estupro e apontaram o agricultor Luiz Pereira, de 54 anos, como o autor. O crime ocorreu em julho deste ano, em Mucajaí. O suspeito chegou a dizer à polícia que havia encontrado um bebê recém-nascido dentro de uma caixa à margem da BR-174. Era mentira! Ele, na verdade, era o pai da criança e a mãe era a enteada, uma menina de 11 anos.

Luiz Pereira já era pai de um menino de 01 ano com a outra enteada, de 15 anos. O suspeito permanece preso na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo. “O laudo que confirma a paternidade será entregue ao delegado Alexsander Lopes, de Mucajaí, e servirá como peça fundamental do inquérito policial”, adiantou o diretor.

A perita criminal Érica Veras relembrou o caso. Confirmou que o bebê recém-nascido foi abandonado em uma caixa de papelão à margem da BR-174, em Mucajaí, em julho passado. Mas a análise do DNA não deixou dúvida: Luiz Pereira, suspeito de ter estuprado a enteada de 11 anos, é o pai.

Sobre os exames dos presos carbonizados na Penitenciária, a perita criminal Andréia Santana disse que teve que praticamente montar um “quebra-cabeça humano”. “Tivemos que reconstituir partes dos corpos dos cinco presos, dos pés, das mãos, dos braços e das cabeças. Foi um trabalho muito minucioso, mas conseguimos”.

Com os exames periciais concluídos, o diretor disse que agora será feita a confecção dos laudos para a liberação dos corpos dos presos no IML. “E isso será feito até segunda-feira”, frisou. (AJ)