Cotidiano

Exposição no aeroporto sensibiliza população sobre violência doméstica

Atrizes foram expostas com simulação de hematomas pelo corpo a fim de sensibilizar a população sobre a violência contra as mulheres

Quem esteve no Aeroporto Internacional de Boa Vista Atlas Brasil Cantanhede durante o horário de almoço desta sexta-feira, foi surpreendido com três manequins vivas, com simulação de hematomas pelo corpo, representando as vítimas da violência contra a mulher. Com roupas diferentes, cada atriz representou uma classe social, portando cartazes que diziam: “Escorreguei no banheiro”, “A cada 4 minutos uma mulher dá entrada no SUS vítima de violência” e “Não se cale – ligue 180”.

A ação faz parte da programação dos 16 Dias de Ativismo no enfrentamento à violência contra a mulher e foi realizada pela Procuradoria Especial da Mulher e do Núcleo de Prevenção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE-RR) junto a Infraero. O objetivo foi sensibilizar as pessoas sobre a realidade violenta.

“A prevenção é um dos grandes passos para que as pessoas criem seus filhos sem violência, para ter uma visão de respeito com o outro”, destacou a coordenadora do Núcleo de Prevenção, Socorro Santos. Ela informou que as placas simbolizam o que é sempre dito, como a situação de acidente no banheiro, além de apresentar dados sobre o caso e o que a população deve fazer em relação ao assunto.

Em relação ao traje das mulheres, a coordenadora informou que representam as três classes: alta, média e menos favorecida. “A violação do direito acontece em todos os parâmetros da vida”, ressaltou Socorro.

Também foi realizada uma panfletagem com as informações da ação e entrega de flores às mulheres presentes no local, feita por dois homens. A ação chamou a atenção de diversas pessoas.

Para a auxiliar administrativa Nilda Albuquerque, a exposição foi importante para as mulheres, principalmente as que apanham e têm medo de falar. Observando os hematomas, ela relatou que não gostaria de vivenciar tal ato, assim como não deseja à filha. “Tá mais do que na hora de não deixar que isso aconteça, é preciso abrir a boca. Nossos filhos e netos que vêm por aí não podem achar isso normal. A ação nos faz lembrar que essa realidade não está certa”, disse.

O pastor Gleiston de Jesus acredita que a violência é fruto do que foi criado pelo homem. Para ele, tanto o homem como a mulher desligados de Deus são violentos e maus. “A campanha é válida e deve acontecer. Não é só a mulher que sofre, as crianças, os índios e os quilombolas também. A organização está de parabéns”, explicou.

ATIVISMO – A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é uma mobilização anual, praticada simultaneamente por diversos atores da sociedade civil e poder público engajados no enfrentamento. Desde a primeira edição, em 1991, já conquistou a adesão de cerca de 160 países. Mundialmente, a campanha se inicia em 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e vai até 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, passando pelo 6 de dezembro, que é o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. (A.G.G)