Cotidiano

FAERR estima injeção de R$ 146 mi na economia de RR

Neste ano, foram plantados 40 mil hectares do grão; Estimativa é colher 2 milhões de sacas de soja

Os produtores de soja estão prestes a colher dois milhões de sacas do grão, plantado em 40 mil hectares. A estimativa é injetar mais de R$ 146 milhões na economia de Roraima, por meio de vendas da saca tanto para roraimenses quanto para outros estados brasileiros e para o exterior. Esses números representam um crescimento de 25% do setor no estado, em relação a 2017.

As informações foram dadas pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima (Faerr), Sílvio de Carvalho, em coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, 14. Além da coletiva, toda a programação da colheita deste ano é uma iniciativa da Faerr com a Comissão Organizadora da Colheita de Soja (COC Soja), que possui o apoio de 70 empresas.

Sílvio de Carvalho também destacou que juntando os 60 mil hectares das cinco principais culturas no estado – arroz, milho, feijão, soja e algodão – mais a pecuária e a piscicultura, a expectativa é que R$ 575 milhões sejam injetados na economia roraimense. 

“Estes são os cinco produtos que mais movimentam a economia do Estado. A expectativa que temos, somando estes com a pecuária e a piscicultura, é de que mais de R$575 milhões sejam inseridos no estado. Não estou falando de Produto Interno Bruto, isso é apenas de produtos naturais. Essa é a proporção da potência de Roraima para a produção no setor primário”, afirmou.

O sojicultor Genor Faccio, anfitrião da largada da colheita da soja na Fazenda Paraíso no dia 1º de setembro, destacou que além de ser fácil de produzir, considerando a riqueza do solo roraimense, a soja é um produto que salvou seu negócio de uma possível crise.“Após a situação que ocorreu na Raposa Serra do Sol, na qual perdi parte da produção de arroz que tinha por lá, eu senti que esta era a oportunidade de expandir meus investimentos para outras áreas. Foi assim que me deparei com a soja, um produto que é fácil de produzir, com boa logística para o porto de Itacoatiara, onde o produto é distribuído para o resto do Brasil. As nossas terras não cobram tanto calcário para produzir, quando comparado com estados como o Mato Grosso, por exemplo”, explicou.

Um dia antes do início da colheita, no dia 31 de agosto, haverá um evento no auditório do Centro Amazônico de Fronteira (CAF) da Universidade Federal de Roraima (UFRR), a partir das 13h30, quando será aberto um espaço para debate junto a acadêmicos sobre aspectos técnicos da produção de grão, pecuária e controle de pragas.

Para o presidente da Comissão Organizadora da Colheita de Soja (COC Soja), Ermílo Paludo, a intenção de toda essa programação é demonstrar para a população que o caminho do desenvolvimento econômico de Roraima deve começar pelo setor primário.“A soja é a âncora de todas as outras produções no estado. Ela capta nitrogênio, que enriquece o solo, e, com sua ajuda, é possível criar rações para bois e peixes. Eu não vejo a soja como um produto apenas para ser exportado. Eu acredito que podemos utilizá-la para o enriquecimento do estado, gerando empregos e capacitando profissionais. E é isso que estamos propondo com essa programação: um desenvolvimento que funciona se começar pelo setor primário”, reforçou.

Paludo também frisou que o desenvolvimento conquistado até o momento é fruto da iniciativa privada e criticou a postura do Governo do Estado, alegando que não existem segurança jurídica e incentivos para investidores e produtores dentro e fora de Roraima.“Produtores de fora estão vindo para cá, mesmo sem uma segurança jurídica. Pouco é destinado ao produtor primário. Tudo isso que conquistamos foi com base na iniciativa privada. Imagina se tivéssemos o apoio do Estado? Acreditamos que, com apoio do Governo, todo mundo tem a ganhar e esperamos que um dia isso ocorra”, destacou.

GOVERNO –Em nota, o Governo do Estado afirmou que vem realizando incentivos fiscais por meio da Lei 1.150/2016, sancionada em maio de 2017. Essa lei tem validade até 2050. “O principal ganho da lei é a concessão de crédito presumido de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), favorecendo a concorrência para os produtores de Roraima em relação aos produtos vindos de fora”, frisou.

Também destacou que cerca de 750 autorizações de ocupação, equivalentes a 200 mil hectares, foram emitidas pelo Governo e começaram a ser entregues tanto para pequenos quanto grandes produtores de soja e outras culturas. “Estas autorizações de ocupação serão imediatamente substituídas pelo título definitivo tão logo o Governo Federal conceda o assentimento prévio”, concluiu. (P.B)