Política

Facções criminosas podem levar ‘terror às ruas’, diz sindicalista

Integrantes das facções criminosas de Roraima estão prometendo “levar o terror” para fora dos presídios. A ameaça não é de hoje e vinha sendo investigada, mas a situação ficou mais tensa após a morte de 33 detentos, alguns decapitados, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo em Boa Vista.

Fora dos muros do presídio, a ordem seria matar integrantes de facção que estejam em regime semiaberto, incendiar ônibus e praticar atentados contra autoridades A intenção dos presos de espalhar o terror foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindape), Lindomar Sobrinho. Segundo ele, as ameaças são constantes e as mortes no presídio não vão ficar de graça.

Sobrinho comentou que, em uma das fugas, pegaram um dos detentos com um bilhete no bolso que continha o nome de agentes que seriam executados. A família de outro agente foi atacada e jogaram bilhetes na residência de outro agente. “Dois presos que saíram do semiaberto foram executados. Temos quatro agentes ameaçados. Com certeza, acreditamos que haverá vingança nas ruas atingindo todo mundo, pois os integrantes de facção querem chamar a atenção e mostrar poder”, afirmou.

Ele disse que todos têm conhecimento que o tráfico de drogas é controlado de dentro do presídio e que o sistema não está preparado para lidar nem mesmo com a possibilidade de fuga em massa. “A gente teme. Não temos como segurar uma fuga em massa”, frisou acrescentando que o descontrole que o Brasil vive é causado pela falta de segurança nas fronteiras, falta de segurança urbana e fragilização tanto do sistema prisional como do sistema de segurança.

“Entregamos as rédeas do poder nas mãos do crime e estamos entregues ao crime que está mostrando o seu poderio. A  crise no sistema prisional foi apenas o barril de pólvora que estourou”, complementou.

GOVERNO – A Secretaria Estadual de Segurança Pública de Roraima (Sesp) informou que, desde a morte dos 33 presos, no dia 6 de janeiro, as forças de segurança do Estado intensificaram as ações ostensivas em pontos críticos de vulnerabilidade na Capital, interior e nas fronteiras, dando prosseguimento ao trabalho de inteligência e investigação constantes, além de contar com o apoio do efetivo da Força Nacional, dentro e fora das unidades prisionais. Ressaltou que a população “é uma grande aliada no combate ao crime, por intermédio de denúncias anônimas”.