Polícia

Família de adolescente procura Polícia para denunciar aliciamento e estupro

Uma adolescente viveu dias de terror ao ser aliciada e estuprada, por um casal na madrugada de domingo, 14. O caso aconteceu na zona oeste de Boa Vista, nas proximidades da Feira do Passarão, bairro Caimbé. A adolescente estava sendo monitorada há algum tempo pelos criminosos, que tiveram acesso aos seus dados pessoais pela internet, como nome, sobrenome, escola onde estuda e a rota do ônibus que a levava para casa.

A vítima conta que conheceu um indivíduo no terminal rodoviário do Centro, a partir daí passou a ser assediada com convites sexuais e com fotos íntimas. Ao descobrir que a menor estava conversando com o elemento, a mãe dela pediu que qualquer contato fosse interrompido. Para não contrariar a mãe, a adolescente decidiu afastar-se do desconhecido.

Mês passado ela estava no terminal aguardando o transporte para voltar para casa, quando uma mulher disse que a conhecia, que admirava sua beleza e que sabia seu sobrenome. A adolescente, incomodada, não deu muita atenção. No dia seguinte, encontrou a mesma mulher que lhe abordou, em contato com outra aluna de escola pública, mesmo assim acabou sendo notada pela suspeita, que alegou ter percebido uma tristeza na vítima. Sem saber o que responder, a menor disse apenas que estava com problemas familiares, momento em que recebeu apoio da aliciadora.

Conforme a vítima, num dia em que discutiu com a mãe, não quis voltar para casa depois de sair da escola, preferindo ir para a casa de uma amiga, no Conjunto Pérola, bairro Airton Rocha. Ela decidiu ligar para a mulher que propôs ajuda e durante o telefonema disse que queria um lugar para morar. A suspeita contou que só levaria a adolescente consigo depois que ela conhecesse um rapaz.

A mulher combinou de buscar a adolescente numa esquina. Assim que entrou no veículo, ela descobriu que o motorista era o homem com quem a mãe proibiu qualquer aproximação, mas não quis sair do carro. Na metade do trajeto recebeu um copo d’água e, depois de beber, sentiu-se tonta, relatou o mal-estar a dupla e recebeu um pó branco [cocaína] que precisava ser sugado pelas narinas, assim a dor de cabeça cessaria.

Em depoimento, a jovem citou que a dupla chegou a comentar que precisava trazer mais armas da Venezuela para atacar prédios públicos e empresas. Cada vez mais inconsciente, a vítima contou que se lembra de ter sido levada para uma casa e que o casal guardava armas. Quando chegou ao endereço, tinha visão turva, mas ouviu a aliciadora dizer que o quarto estava ocupado. Depois que o local foi liberado por uma garota de programa, a adolescente foi trancada junto com o motorista do veículo e em seguida foi estuprada.

Na manhã do dia seguinte, acordou às 05h dentro do carro dos bandidos e pediu para retornar à casa da amiga, no Conjunto Pérola, para onde foi levada. Antes de sair do carro, a aliciadora falou que a levaria para a Venezuela, onde trabalharia e ganharia um bom dinheiro e que, se falasse sobre o que aconteceu, seria morta.

A menor disse que era virgem e que estava muito machucada devido ao ato sexual forçado. Quando contou o caso à família, foi levada ao Conselho Tutelar que em seguida encaminhou o caso à Delegacia. Os detalhes do crime, como placa de carro, ruas e características dos criminosos não foram revelados para não atrapalhar as investigações da Polícia Civil. (J.B)