Polícia

Família procura por piloto que desapareceu após voo há 12 dias

Família da mulher do piloto foi avisada sobre um provável acidente, mas não consegue confirmar informações

Há aproximadamente 12 dias, um piloto conhecido como Alemão Silva, de 58 anos, está desaparecido. Ele teria sido vítima de um acidente com a aeronave que pilotava, no dia 11, quando foi fazer um voo para uma região na Venezuela. Somente na manhã dessa quarta-feira, 22, a família quebrou o silêncio sobre o caso. A Folha não conseguiu confirmar com a família a verdadeira identidade do piloto.

A cunhada dele disse que a família vive a aflição de não saber de forma concreta o que realmente aconteceu. “Nós estamos tão aflitos quanto a família dele, porque ninguém sabe de nada. Estamos aguardando. A gente já chorou, se desesperou porque ninguém dá sinal de nada. A última notícia que a gente teve foi a seguinte: sobrevoaram o local onde teria acontecido o acidente, mas ninguém diz nada. Não acharam nada e estamos nessa situação. Eu não posso confirmar nada”, disse.

O caso é mais misterioso ainda porque, desde o sumiço dele, a família não recebeu informações nem foi procurada pelos órgãos responsáveis pelas investigações ou apuração de acidentes aeronáuticos. “Parece mentira, mas realmente ninguém sabe de nada. A única coisa que temos certeza é de que ele está desaparecido. Também sei que a filha dele tentou entrar em contato com o Itamaraty, mas não sei dos detalhes”, ressaltou.

Sem uma resposta, resta o sentimento de revolta pela falta de informações e de esperança de que ele esteja vivo. “Minha irmã [com quem o piloto tem um filho] está revoltada porque ela acredita que as pessoas sabem, mas não querem dizer. Entregamos nas mãos de Deus. Estamos orando para que ele esteja vivo. É o pai do meu sobrinho. A gente sente muito porque ele é louco pelo filho. É estranho para todo mundo. É um negócio muito estranho”, frisou.

Segundo informações colhidas pela Folha, o piloto prestava serviços para a empresa Paramazônia Táxi Aéreo, a mesma que registrou dois acidentes com aviões em julho deste ano, mas já não pilotava para a empresa desde que ela teve a licença suspensa para voar.

No dia do desaparecimento, pilotos de aeronaves teriam informado em um grupo de mensagens instantâneas que o monomotor pilotado por “Alemão” teria batido em uma serra e explodido. A Folha tentou informações junto ao Centro de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e também junto à Força Aérea Brasileira (FAB) a fim de que confirmassem o acidente.

FAB – A Força Aérea Brasileira entrou em contato com a Folha, no começo da noite de ontem, para informar que continuava apurando o caso e que por esta razão ainda não teria uma resposta sobre o acidente, por isso, somente nesta quinta-feira, 23, emitiria uma nota oficial.

A assessoria de comunicação explicou que, o fato de depender de outros órgãos para ter informações seguras impossibilitou a emissão de um parecer dentro do prazo estabelecido pela equipe de reportagem para concluir a matéria sobre o caso. (J.B)

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