Familiares reclamam de alimentação e energia elétrica do HGR

Pacientes e acompanhantes que precisam utilizar serviços de saúde no Hospital Geral de Roraima (HGR) voltaram a denunciar problemas na unidade. As mais recentes vão do atendimento ao público a alimentação estragada e falta de energia elétrica em um dos blocos do hospital.

Uma acompanhante, que conversou com a Folha, afirmou que a filha precisou passar por uma cirurgia para implantar uma platina na perna. Depois do procedimento cirúrgico, a platina quebrou, e a menina precisou ficar internada no hospital novamente.

“O diagnóstico foi feito de forma apressada. Eu creio que os médicos não colocaram a platina direito durante a cirurgia e, por isso, minha filha está internada novamente, passando por mais uma cirurgia”, lamentou.

Outra acompanhante denunciou os pacientes ficaram sem o almoço na tarde desta quarta-feira (11), por não tinha a alimentação no hospital no horário correto. “Eu conversei com algumas funcionárias, e elas alegaram que a comida que foi mandada para lá estava estragada”, contou.

Outra reclamação feita pelos denunciantes estava relacionada à falta de instalação elétrica apropriada ao hospital. Segundo informado à FolhaWeb, o bloco E teria ficado sem energia durante um dia nesta semana, o que acabou prejudicando o atendimento prestado aos pacientes que estão internados na unidade.

“Os pacientes e médicos precisavam usar o celular para conseguir enxergar o que estavam fazendo. O banho estava sendo dado com água sendo pega de outro lugar. Isso é inaceitável”, reclamou outra denunciante.

A forma como os profissionais atendem os pacientes e acompanhantes também é alvo de reclamações das pessoas que precisam ir ao HGR. Ontem, uma mulher filmou um médico plantonista jogando no computador enquanto ela cobrava por uma resposta para o problema de saúde de sua irmã. A Sesau informou que o médico foi advertido.

OUTRO LADO

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) esclareceu que, sobre o caso da platina mal colocada durante a cirurgia, “a gestão das unidades não interfere na relação médico-paciente e qualquer investigação administrativa sobre a conduta médica deve ser realizada pelo conselho da categoria”.

“Para que a gestão adote as medidas administrativas é preciso que haja uma denúncia formal nas Ouvidorias do SUS, na direção do HGR ou diretamente na Sesau. Essa formalização é uma garantia para o cidadão exigir seus direitos, além de possibilitar que a gestão tome conhecimento e adote as medidas necessárias.”, informou.

Sobre o caso da falta de comida, a Sesau comunicou que está acompanhando a situação e que a empresa já foi penalizada recentemente devido aos atrasos de entrega da alimentação nas unidades de saúde do Estado, estando sujeita ainda a novas penalidades conforme previsto em contrato e recomendações da PGE (Procuradoria-Geral do Estado).

A assessoria ressalta que qualquer reclamação sobre o serviço deve ser oficializada junto à Direção ou setor de Nutrição da unidade para que a firma seja imediatamente responsabilizada.

Quanto a falta de luz no Bloco E, a Sesau informou que “houve um problema na instalação elétrica da unidade, considerando que se trata de um prédio antigo, para que um novo gerador possa funcionar no local”.

“O antigo gerador já não supria a demanda da unidade, que aumentou devido à aquisição de novos equipamentos. Os recursos estão assegurados por emendas parlamentares. Os projetos arquitetônicos já foram aprovados, avaliados pela Vigilância Sanitária e agora seguem os trâmites para que as obras sejam licitadas o mais rápido possível”, finalizou.