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Federações de Boxe de Roraima e Bolívar querem unificar cinturões em competição

A proposta é unificar os cinturões dos Jogos de Verão e o de Angostura do Estado Bolívar, na Venezuela e pode vir a ser concretizada através de uma competição internacional que reuniria pugilistas dos dois países

Uma proposta de unificar os cinturões dos Jogos de Verão e o de Angostura do Estado Bolívar, na Venezuela, está sendo discutida e pode vir a ser concretizada através de uma competição internacional que reuniria os pugilistas dos dois países. Embora as duas federações ainda estejam ultimando detalhes, a Folha soube que os confrontos serão disputados em Boa Vista no sábado, dia 21 de abril, em local ainda a ser definido. 

Segundo o treinador da Associação Roraimense de Boxe (ARB), Bráulio Gomes da Costa, as primeiras conversações surgiram durante a vinda dos pugilistas venezuelanos à Boa Vista.

“Os pugilistas venezuelanos estiveram em Boa Vista a meu convite realizando treinamentos em conjunto com nossos boxeadores e foi feito a proposta dessa competição junto com a Federação de Boxe do Estado de Roraima (FBER), Helton Cavalcante e ao presidente da Associación de Boxe del Estado Bolívar (Assobox), Yohan León Martinez”, disse.

Bráulio informou ainda que, a proposta é realizar o evento internacional com fins filantrópicos e com objetivo de arrecadar donativos, mais precisamente alimentos não perecíveis, para doar as famílias necessitadas de imigrantes venezuelanos que se encontram no Estado.

Na reunião, o treinador Angel Rafael Guevara Hernandez, ex-presidente da FBER, apresentou a proposta de promover uma revanche da atleta da Associação Roraimense de Boxe (ARB), Geciliene Pereira, contra a pugilista venezuelana Orianys Gomez, disputando o Cinturón de Angostura, na categoria de 57 kg.

“Essa luta foi em dezembro de 2016 e valendo este cinturão em solo venezuelano e a Gecilene perdeu por pontos para a boxeadora venezuelana. Esta luta foi realizada no Estado Bolívar e contou com a chancela da Associação de Boxe do Estado de Bolívar e da Federación Venezolana de Boxeo (Fevebox) entidade máxima do boxe venezuelano onde teve a presença do presidente Fran López”, disse.

Bráulio destacou que Roraima é um dos poucos estados do Brasil que consegue firmar parcerias com países de tradição na modalidade.

“Enquanto aguardamos o calendário nacional e estadual das competições, já estamos acordando estas competições internacionais que sempre acontecem em nosso Estado como também no país vizinho e é de grande relevância para nossos atletas, treinadores e dirigentes, pois somos um dos poucos estados brasileiros que fomenta competições internacionais de boxe de nível e com países de tradição mundial neste esporte”, frisou.

Em contato com o treinador Angel Guevara, responsável pelos treinamentos da pugilista Gecilene Pereira, ele informou que Gecilene será a primeira brasileira a disputar o Cinturão de Angostura pela segunda vez.

“A primeira vez foi na Venezuela e agora será aqui em Boa Vista, com nossa torcida e bem mais experiente”, disse. “Será um grande evento”, frisou.

Gecilene treina boxe há 1 ano e 11 meses e neste período já fez 12 lutas, sendo uma luta estadual, dez lutas no Intercâmbio com a Venezuela e uma luta nacional.

Na página oficial da Associación de Boxe del Estado Bolívar (Assobox), o presidente Yohan Leon destacou a reunião e a viagem que fez a Roraima.

“Esta viagem serviu para se reunir com o novo presidente da Federação de Boxe de Roraima, Helton Calvante, onde foram discutidos vários pontos importantes para continuar fortalecendo a troca de experiência entre os dois estados. Dentro desta reunião se deu a conhecer que ambos os líderes estudam a possibilidade de unificar o cinto dos Jogos de Verão de Roraima e o Cinto de Angostura do Estado Bolívar, como já estão estudando uma data para a organização de um evento internacional entre os dois estados e que servirá para apoiar com comida e insumos para os imigrantes venezuelanos que se encontram em Boa Vista. Desta forma se consolida ainda mais a irmandade entre os dois estados que já ultrapassa uma década, o que se traduziu de muitos triunfos individualizados de cada delegação nos seus respectivos países, mas que agora também será feita a parte humanitária”, diz o texto.