Cotidiano

Feira do Produtor pode ficar sem estoque até o fim da semana

Apesar da preocupação, os feirantes estão a favor das reivindicações dos caminhoneiros

A paralisação dos caminhoneiros já preocupa os feirantes da Feira do Produtor, no bairro São Vicente. Apesar da preocupação, a maioria dos comerciantes é a favor da greve que tomou conta do país.

De acordo com o gerente do depósito da feira, Mariano Paulo da Silva, caso a paralisação continue, o estoque de alguns produtos como a batata, o repolho, a cebola e a cenoura pode começar a faltar já nesta sexta-feira.

Para o gerente, enquanto as estradas estiverem bloqueadas, as encomendas não chegarão à feira. “Caso não sejam resolvidas as reivindicações dos caminhoneiros, que estão certos, a situação pode se agravar. A feira também é responsável pelo abastecimento de alguns comércios locais, o que nos gera certa preocupação”, disse.

Conforme a feirante Elizete Santos, apesar de alguns estados terem registrado aumento do preço de produtos como a batata, os valores dos vegetais da feira continuam os mesmos. “A mercadoria não está vindo de Manaus e, se continuar assim, vai acabar faltando produtos. Aí sim ficará mais caro”, comentou.

Segundo os feirantes, podem faltar os produtos locais devido ao desabastecimento da gasolina. “É de se preocupar, pois vai prejudicar a vinda da mercadoria do interior, como o tomate regional, as hortaliças, o pimentão entre outros. Se continuar assim, de quarta para quinta pode faltar algumas coisas”, frisou Elizete.

O comerciante Pedro Lara é proprietário de uma banca no local e já notou o reflexo da paralisação. “Sempre na segunda-feira vinha 100 sacos de limão, dessa vez não veio nada. Se ficarmos um dia ou uma semana com a falta de um produto, para que as reivindicações dos caminhoneiros sejam aceitas, vai ter valido a pena, pois vamos comprar mais barato e vender mais barato também”, relatou Pedro.

SUPERMERCADO – Apesar de supermercados de vários estados brasileiros estarem sem estoque e com preços disparados devido à paralisação dos caminhoneiros, os comércios locais garantem possuir estoque para mais de quinze dias. A reportagem da Folha esteve em alguns locais e conferiu de perto o abastecimento e os preços de produtos, que continuam os mesmos.

Para o gerente de uma rede de supermercados, do bairro São Francisco, Antônio Demétrio, se as estradas permanecerem paradas, em uma ou duas semanas, poderá faltar alguns itens. “Se demorar isso tudo, eu digo que as pessoas devam procurar abastecer seus lares para não correrem o risco de ficarem sem o principal. Na minha opinião, os caminhoneiros devem continuar, afinal a redução de 46 centavos não é nada em vista dos impostos que todos nós pagamos”, disse o gerente.

Segundo Oséias Lima Paiva, gerente de outra rede de supermercados, na Avenida Capitão Júlio Bezerra, a menos que o protesto se prolongue por mais de quinze dias, a população não deve se preocupar. “A maioria dos produtos que vendemos em volume maior são regionais, e estamos abastecidos com produtos que vem de fora. Então vai depender da demanda de clientes. Por enquanto está tudo sobre controle”, disse.

De acordo com Paiva, os caminhões que entregam as hortifrútis estão com atrasos. Para o gerente, é um dos itens que pode faltar primeiro, caso a greve continue. “Temos cereais suficientes para mais de quinze dias. Mas ainda assim, a gente se preocupa, pois não sabemos até onde vai essa manifestação. No entanto sou a favor da greve, porque os preços dos produtos estão muito caros. Quero que a paralisação continue até que abaixem o preço do combustível”, finalizou Oséias Lima. (K.M)