Cotidiano

Femarh apreende madeira irregular

Está em curso no Município de Rorainópolis e na localidade de Nova Colina, a “Operação Dinizia”, realizada por técnicos da divisão de monitoramento ambiental da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh). 

É o desdobramento da operação realizada em janeiro deste ano pela Polícia Federal (PF) nos portos de Manaus, quando foi detectado o transporte clandestino de madeira extraída ilegalmente da floresta amazônica para comerciantes do Brasil, Europa e Estados Unidos.

Segundo o diretor de monitoramento e controle ambiental da Femarh, Rarison Barbosa, parte da madeira apreendida em janeiro em Manaus saiu de Roraima, e desde então técnicos daqui começaram a fazer o monitoramento.

No dia 15 deste mês, iniciou a operação junto a madeireiras sediadas na região sul de Roraima. A partir do Sistema de Controle de Transporte de Madeira – DOF, gerenciado pela Fundação, é possível identificar a entrada e a saída de madeira nas empresas sediadas no estado.

“Fizemos uma varredura no sistema depois da operação da PF, porque Roraima estava na lista dos estados de origem da madeira irregular armazenada em 400 contêineres. Foram conferidos os dados no sistema e sorteadas quatro madeireiras sediadas em Rorainópolis e Nova Colina. Ao verificarmos a documentação de uma delas, constava estoque zero no pátio. Ao chegarem lá, os fiscais se depararam com uma quantidade absurda de madeira serrada e em tora. Desde quinta-feira as equipes estão mensurando o volume e não conseguimos fechar esse dado. Mas, é possível avaliar o tamanho da irregularidade nesta única empresa”, disse.

Rarison acrescentou que é necessário fazer a medição precisa da quantidade de madeira, e em seguida a apreensão, embargo, aplicação de multa e interdição. “Não temos prazo para terminar. Iremos fazer uma varredura, com os dados fornecidos pelo sistema, e o término da operação acontecerá após visitarmos as outras três empresas. Daremos sequência à visitação em outras madeireiras apenas alternando as equipes a cada 15 dias”, destacou. (R.G)

Emissão do DOF é feita de forma irregular

Segundo o diretor de monitoramento da Femarh, 95% da madeira extraída de forma ilegal são de vicinais do município de Rorainópolis e da localidade Nova Colina. A madeira beneficiada é colocada em contêineres com capacidade para 30 mil quilos, ou 20 metros cúbicos e segue para o porto de Manaus e dali para outros estados do Brasil e o exterior.

O diretor disse ter encontrado irregularidades na expedição do DOF (Documento de Origem Florestal). No momento que é liberado o crédito da madeira para a empresa, ela faz a tramitação de liberação no próprio escritório, pois a lei permite que seja desta forma. Mas, em vez de colocarem a quantidade de 20 metros cúbicos, colocam apenas 20 centímetros.

Este foi um dos casos monitorados e pode existir muito mais. É que emitido o DOF, o caminhão sai carregado com a madeira para Manaus. Havendo fiscalização e a guia cancelada, alegam-se erro no preenchimento.

Quando o crédito é cancelado, retorna ao sistema. Essa operação vira um ciclo vicioso, com tramitação irregular. “Mas já estamos investigando e em um curto espaço de tempo daremos resposta à sociedade”, afirmou Rarison Barbosa.

APOIO – Para a realização da operação, os técnicos da Femarh contam com apoio da Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) e da Delegacia de Proteção do Meio Ambiente (DPMA). Esses também vão acompanhar o deslocamento da equipe nas demais visitas.

DINIZIA – O nome da operação remete ao nome científico do Angelin Ferro, principal madeira transportada de forma ilegal nos contêineres em Manaus, e 90% da quantidade encontrada durante a operação realizada pela Fundação.

SINDIMADEIRAS – Entramos em contato com o telefone do presidente do Sindicato da Indústria de Desdobramento e Beneficiamento de Madeiras, Laminados e Compensados de Roraima (Sindimadeiras), Oneber Magalhães, mas não conseguimos contato até o fechamento desta edição. (R.G)

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