Política

Flamarion conclama por movimento para coibir reajuste da tarifa

O parlamentar acredita que os consumidores não têm como suportar o novo preço da energia

O deputado Flamarion Portela (PDT) fez uso da tribuna durante a sessão de quarta-feira, dia 1º, para demonstrar indignação quanto ao acréscimo de 35,26% nas contas de energia elétrica no Estado, a partir deste mês de novembro. O aumento foi aprovado na terça-feira, 31, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Conforme o parlamentar, esse percentual não se justifica, principalmente no momento em que vive o país. Ele pediu que fossem tomadas providências a respeito do assunto. Além de tecer duras críticas ao Governo Federal, o deputado pediu à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, bem como aos demais parlamentares e partidos políticos, que utilizem os instrumentos políticos e jurídicos para barrar esse novo reajuste.

Portela foi enfático ao dizer que não existe justificativa para esse aumento exorbitante, uma vez que a própria inflação deste ano é de 3,5%, dez vezes menor ao que está sendo proposto. “Quero deixar registrada a nossa indignação e quero conclamar a Assembleia para fazer algo, um movimento, criar um instrumento judicial para coibir esse aumento abusivo. A sociedade vai agradecer e muito a nossa participação contra esse reajuste que causa revolta e indignação em todos” disse Portela.

O parlamentar fez uma retrospectiva e lembrou que em menos de dois anos foram dois reajustes, totalizando quase 80% de aumento na conta de energia. “A energia elétrica é indispensável à vida do homem, pois é fator de desenvolvimento, prosperidade e progresso. Não podemos deixar que aconteçam esses abusos, pois não vamos voltar ao tempo da lamparina”, afirmou.

Flamarion Portela lembrou que o presidente da República, Michel Temer (PMDB), já podou duas vezes o reajuste do salário mínimo que entrará em vigor a partir de janeiro de 2018, que inicialmente foi aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) para ser R$ 979,00, passando em seguida para R$ 969,00 e finalmente fixado, com valor mais baixo, em R$ 965,00.

“O cidadão, a partir de janeiro, vai ganhar muito menos e a sua conta de luz vai estar exorbitantemente acima. E o aumento dos servidores federais, que seria também em janeiro de 2018, foi barrado por meio de uma medida provisória passando para janeiro de 2019. E o reajuste programado para 2019 foi transferido para 2020. Temer ficará até o final de 2018, mas simplesmente está fazendo coisas para 2020. Isso é uma perversidade muito grande”, criticou Flamarion.

O deputado Brito Bezerra (PP) classificou o reajuste como sendo um “estupro econômico” ao bolso do povo de Roraima. “São impossíveis e impagáveis esses aumentos tarifários de energia elétrica”, afirmou. Brito também reagiu com veemência à opinião da direção da Eletrobras Distribuição Roraima, durante uma reunião em que o Governo do Estado anunciava alternativas energéticas para a região. “Entristece-me ver a Eletrobras dizer que está feliz porque Roraima é o único Estado da Federação que tem um parque de energia termelétrica, que é a mais cara e mais poluente do mundo, que supre 100% da necessidade do Estado”, complementou Brito.

Ele fez uma breve análise da economia brasileira para dizer que o reajuste não é compatível com o poder de compra do trabalhador roraimense, seja ele do setor público ou privado. Ressaltou que Temer não passará o aumento de 4,5% aos servidores por falta de recursos. “E como é que o consumidor vai suportar um aumento de 35%? Não suportamos esse aumento! Quero me juntar a vossa excelência e peço ao deputado Jalser Renier (SD) que juntos tomemos uma providência jurídica. A população estava falando em sair às ruas e apedrejar prédios públicos e quebrar as instituições públicas, sejam elas do governo, município, Tribunal de Contas, o Ministério Público. A sociedade está clamando por justiça porque não pode pagar esse absurdo”, contou, ao anunciar que o Governo do Estado já se manifestou por meio da Casa Civil sobre as providências jurídicas contra o reajuste.