Cotidiano

Fluxo migratório faz aumentar número de bebês nascidos em Roraima

Dados divulgados pelo IBGE revelam que houve um crescimento no índice de nascidos vivos entre 2015 e 2016

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as Estatísticas do Registro Civil 2016, que reúne informações gerais sobre nascimentos, gestações, casamentos e óbitos no país. Dos índices dos nascidos vivos, Roraima foi o único estado que apresentou um aumento, de 3,9%, entre os anos de 2015 e 2016.

De acordo com os dados do IBGE Roraima, pela primeira vez nos últimos sete anos, foi verificado uma queda no total de registros de nascimentos do país. Foram registrados 2.793.935 nascimentos no Brasil em 2016, o que indica uma queda de -5,1%, quando comparado com o ano anterior, quando foram contabilizados 2.945.344 registros. Ou seja, uma queda que representa menos 151 mil nascidos no país.

Ao contrário do padrão nacional, Roraima registrou 9.591 nascimentos em Roraima no ano passado e foi o único estado que apresentou aumento de nascimentos ocorridos e registrados entre 2015 e 2016. Segundo os dados dos nascidos vivos em 2016 fornecidos pelo IBGE, o número de partos é concentrado nos primeiros três meses do ano, com uma média de 800 nascimentos por mês.

Márcia Monteiro, do apoio técnico especializado no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, confirmou que a média estadual realmente aumentou, porém, informou que os nascimentos na maternidade localizada na Capital diminuíram.

Segundo Márcia, foram 9.014 nascimentos registrados na maternidade em 2015 e 8.688 partos no ano passado. Apesar de o número ir de encontro aos dados nacionais, revelando uma queda de registros entre 2015 e 2016, Márcia explica que a redução tem um motivo.

“Acreditamos que isso se dá por conta de o Hospital de Rorainópolis, localizado no Sul do Estado, ter começado a trabalhar, com médicos, pediatras, anestesistas. Então, muitas mamães que moram nos municípios próximos e que vinham para Boa Vista ter o seu filho, agora têm uma unidade de saúde mais próxima para fazer o atendimento. É uma justificativa para os nossos números terem diminuído nesse período”, afirmou.

Márcia ressaltou ainda que, a previsão é que o número de nascidos em Boa Vista seja muito maior quando comparar 2016 e 2017, principalmente, por conta do fluxo migratório em Roraima. “Nós tivemos um aumento de 413% do atendimento a pacientes venezuelanas. Até esta semana, nós já tivemos aproximadamente o nascimento de 400 bebês brasileiros geridos por mulheres venezuelanas, ou seja, vai passar de 9 mil partos por causa disso”, informou.

Ela informou ainda que, até o mês de outubro foram registrados 7.700 partos, mantendo a média de 800 partos ao mês. “A gente acredita que se tivermos uma média de 800 em novembro e 800 em dezembro, a gente passe esse número e ultrapasse o ano de 2016. Geralmente o final do ano, em dezembro, cai um pouco o número de partos, mas a nossa média vem crescendo e a expectativa é de aumento”, comentou.

IDADE DAS MÃES – Também relacionado ao número de nascimentos, o IBGE divulgou que Roraima teve uma maior concentração de mães no grupo de idade entre 20 a 24 anos, com 27,1% dos nascimentos, porém, um dado nada positivo é que ocorreu um aumento de 34,4% do número de mães com menos de 15 anos em Roraima, quando comparado com o mesmo período de 2015.

Dos cerca de 9 mil partos registados em 2016, 120 eram de meninas com menos de 15 anos; 1.936 por jovens entre 15 a 19 anos; 2.644 por mulheres entre 20 e 24 anos; 2.105 por mulheres entre 20 e 29 anos; 1.577 por mulheres entre 30 e 34 anos; 808 por mulheres entre 35 a 39 anos; 178 por mulheres com 40 a 44 anos;14 por mulheres entre 45 e 49 anos; 3 com mais de 50 anos e 474 tiveram a idade ignorada.

Registros de casamentos civis diminuem 10% e divórcios também apresentam queda

Considerando os dados de registros de casamento e divórcio no Brasil, Roraima apresentou alguns dos números em sintonia com o restante do país. Em todos os estados, foi registrada uma queda nos registros de casamentos em 2016, com -3,7% com relação a 2015. De acordo com o IBGE, foram celebrados 1.095.535 casamentos civis em 2016 em todo o país, sendo 5.354 entre pessoas do mesmo sexo.

Já em Roraima, foram registrados 2.313 casamentos civis em 2016, sendo quatro entre pessoas do mesmo sexo, o que representou uma queda de 9,9% em relação a 2015, similar ao índice nacional.

Com relação ao número de divórcios, no entanto, Roraima foi contra a corrente, apresentando também uma queda no registro de separações, de -7,2% em relação a 2015. No país, foi contabilizado um aumento de divórcios, de 4,7%, quando comparando 2015 e 2016. Em Roraima, foram concedidos 1.051 divórcios em 1ª instância ou por escrituras extrajudiciais em 2016. Em 2015, foram concedidos 1.133 divórcios. Dos 1.051 divórcios concedidos em 1ª instância ou por escrituras extrajudiciais em 2016, 71 foram por comunhão universal e 948 por comunhão parcial.

Roraima registra um aumento de 53,9% no volume de óbitos somente na última década

Os dados do IBGE também trouxeram dados negativos para o Estado, de acordo com os índices nacionais. O volume de óbitos registrados no Brasil nos últimos 10 anos, por exemplo, teve um acréscimo de 53,2%, passando de 1.275 registros em 2006 para 1.963 em 2016.

Conforme o IBGE, houve um aumento expressivo de 24,7% para todos os grupos de idades, principalmente no grupo dos idosos acima dos 50 anos, o que representa um reflexo do envelhecimento da população, porém, ao se considerar o gênero populacional e grupo de idade, um homem de 20 anos teve onze vezes mais chance de não completar os 25 anos do que uma mulher.

Em Roraima, foram registrados 1.968 óbitos somente em 2016, sendo 1.228 vítimas do sexo masculino e 740 do sexo feminino. Conforme o Instituto Médico Legal em Roraima (IML), as principais causas de morte externas no Estado são homicídio por arma branca e arma de fogo, acidentes de trânsito e suicídio.

De acordo com o IBGE Roraima, considerando apenas os óbitos por causas externas, os homens roraimenses com idade entre 20 a 24 anos tinham oito vezes mais chance de não completar os 25 anos do que uma mulher. (P.C)

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