Cotidiano

Fronteira fechada reflete na rede hoteleira, que contabiliza baixa

No segundo semestre deste ano, a rede hoteleira em Roraima sofreu queda considerável em relação à ocupação dos estabelecimentos. Em dezembro, conforme o Departamento Estadual de Turismo (Detur), o número de ocupação caiu em mais de 15% se comparado a setembro. O fechamento da fronteira com a Venezuela, a Norte do Estado, é um dos principais motivos da baixa.

 O diretor do Detur, Ricardo Peixoto, informou que no período de setembro e outubro deste ano, a hospedagem alcançou 88% de ocupação. “Tivemos uma ligeira queda em novembro, em torno de 15%, e em dezembro o número de ocupação gira em torno de 70%, o que representa uma queda de 18%”, explicou.

Segundo ele, o fechamento da fronteira com a Venezuela é um dos principais motivos da baixa. “Neste período de final de ano, recebemos, normalmente, de 60 a 80 turistas estrangeiros por dia, mas isso não está mais acontecendo. Geralmente eles ficavam alguns dias em Boa Vista e seguiam viajem rumo ao país vizinho. No entanto, com a fronteira fechada, a queda no número de ocupação foi acentuada, especificamente na segunda quinzena deste mês”, acrescentou Peixoto.

Além dos estrangeiros, a vinda de turistas de outros estados brasileiros também caiu. “Os amazonenses, por exemplo, sempre vinham para Boa Vista com o intuito de ir para a Venezuela. Geralmente eles pernoitavam aqui, mas agora o movimento está fraco. Inclusive, existem muitos brasileiros tentando sair da Venezuela, mas a situação inviabiliza a operação”, frisou.

Apesar do movimento fraco de turistas, Peixoto afirmou que a rede hoteleira do Estado se mantém positiva no mercado. “Estamos mantendo a média de ocupação nos hotéis, que é de aproximadamente 70%, então é algo que, Graças a Deus, não está sendo tão negativo”, concluiu o diretor do Detur.

O gerente de um hotel localizado na rua Araújo Filho, no Centro da Capital, José Ricardo Carvalho, confirmou a queda em relação à ocupação. “Sofremos uma diminuição de pelo menos 30% com toda certeza. Um dos problemas é que, além de Roraima não oferecer atrativos turísticos, a fronteira com a Venezuela está fechada”, afirmou.

De acordo com Ricardo Carvalho, nenhum turista brasileiro ou de outros países estão ficando por aqui. “A maioria das pessoas que vêm para Roraima é a trabalho ou para pernoitar e partir para o país venezuelano. Mas sem essa possibilidade o movimento diminui. É complicado, mas acredito que em breve este quadro vai mudar”, frisou. (B.B)