Cotidiano

Fronteira será reaberta na segunda

Durante o processo eleitoral do parlamento estadual, federal e da Presidência da República no domingo, 20, a fronteira ficará fechada

As eleições presidenciais e do parlamento estadual e federal da Venezuela ocorrem amanhã, 20, o que também provoca alterações em Roraima. A fronteira em Pacaraima, por exemplo, está fechada desde a meia-noite de hoje, 19, e só será reaberta a partir das 6 horas da manhã de segunda-feira, 21.

No país vizinho, todo um aparato de segurança foi instalado para manter a segurança dos votantes. De Santa Elena de Uairén, o major José Gregório Basantes Márquez, do Exército Bolivariano da Venezuela, explicou que as Forças Armadas estão em período de instalação e cumprimento da missão eleitoral.

“Tudo está andando na completa normalidade, nos 33 centros eleitorais do município de Gran Sabana. Estamos empregados em todos os centros eleitorais. O pessoal da Guarda Nacional Bolivariana se encontra nos locais para manter a segurança dos municípios, junto com a polícia”, explicou.

De acordo com o Capitão Régis, da Guarda Nacional do Comando de Zona de Fronteira 62, no Destacamento 623 de Santa Elena de Uairén, o trabalho da equipe também continua sem interrupção, já que o serviço da Guarda não pode parar.

CENÁRIO POLÍTICO – Na Venezuela, cinco candidatos disputam o pleito presidencial. Concorrem às eleições o atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro, o ex-governador do estado de Lara e ex-chavista, Henri Falcón, o pastor evangélico Javier Bertucci, o empresário Luis Alejandro Ratti e o engenheiro Reinaldo Quijada. O voto, porém, não é obrigatório.

De acordo com a jornalista Nadja Bastos, residente da Venezuela, a receptividade para o processo eleitoral não está das melhores no país, especialmente por conta da grave crise econômica e humanitária e com o medo de fraudes na contagem dos votos. “Há muitas pessoas contra as eleições. Algumas pessoas do partido presidenciável chegaram a entregar panfletos nas ruas e houve muita rejeição do povo. Todo mundo que está trabalhando no processo eleitoral está fazendo isso porque é obrigado, a população não quer”, frisou.

RORAIMA – A Força-Tarefa Logística Humanitária, responsável pela organização dos abrigos de venezuelanos, informou que não foi consultado sobre as eleições, nem sobre o fechamento da fronteira. O Governo de Roraima disse não ter participação no processo. Já a Polícia Rodoviária Federal (PRF) não respondeu a demanda da reportagem.

Desde terça-feira, 15, a equipe da Folha tentou contato com o Consulado da Venezuela em Roraima para obter informações sobre o procedimento das eleições e a possibilidade de instalação de urnas. Foi informada que os dados só seriam repassados por e-mail, porém, a equipe não recebeu uma resposta até o fechamento da matéria na sexta-feira, 18. A Folha também entrou em contato com o Consulado da Venezuela em Manaus, Belém e em Brasília, no entanto, também não obteve retorno. (P.C.)