Política

Governadora reforça pedido de fechamento temporário da fronteira

Na reunião com Rosa Weber, Suely Campos disse que o Governo Federal tem que sair da apatia em que está

A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), se reuniu com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, em Brasília, para discutir as razões do pedido do Governo do Estado para o fechamento temporário da fronteira entre Brasil e Venezuela. Ela reafirmou que o Governo Federal precisa fazer sua parte e enviar recursos financeiros para ajudar a conter o êxodo de venezuelanos para o estado.

“Na nossa audiência com a ministra, eu tive a preocupação em relatar pessoalmente as condições em que nosso Estado se encontra e apresentar o impacto que os fluxos migratórios estão causando na saúde, na segurança, na educação. Então nós relatamos o que estamos vivendo na fronteira”, disse.
No encontro com Rosa Weber, Suely Campos relatou à ministra o impacto no sistema de saúde e segurança de Roraima do que chamou de “desordenamento” da entrada de venezuelanos no estado. Participaram da reunião o advogado Marcelo Mendes, o prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato, e a delegada-geral da Polícia Civil, Giuliana Castro.

“Estamos tentando colocar para o mundo que o governo federal precisa tratar Roraima de forma justa. Se eu tenho aumento de uma demanda nos serviços de saúde, o Governo precisa tratar isso com mais precisão, olhar esse aporte de recursos que precisamos. Não podemos continuar com essa apatia do Governo Federal”, criticou.

A governadora explicou ainda que o número de atendimentos de saúde e de homicídios aumentou assustadoramente. Ela disse querer o fechamento temporário da fronteira para “poder organizar os venezuelanos que estão em diversos abrigos e fazer a interiorização dos imigrantes para outros estados do Brasil”.

“Precisamos dar um tempo. No ritmo que está, de entrada de 600, 700, 800 venezuelanos por dia, isso causa preocupação grande. Quero que a fronteira seja temporariamente fechada até organizar parcialmente os venezuelanos que estão em Roraima e acelerar a interiorização. Estamos pedindo mais rigor na entrada dos imigrantes no nosso estado. Queremos que seja exigido o cartão de vacinação porque estamos enfrentando uma epidemia de sarampo com mais de 200 casos registrados e três óbitos. A ministra foi muito receptiva e entende o problema que Roraima está passando, pois é uma situação excepcional”, acrescentou.

Sobre a conciliação proposta por Rosa Weber – a magistrada deu 30 dias para as partes manifestarem interesse em uma conciliação –, Suely disse que solicitou menor prazo para a conciliação, mas não especificou qual. “A ministra precisa marcar a data da conciliação. Nós vamos estar disponíveis para seguir o rito necessário”, declarou.
A governadora relatou ainda que Rosa Weber “sempre foca” nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário, mas, para Suely, “nenhum acordo, nenhum tratado pode se sobrepor à garantia do direitos fundamentais dos brasileiros”.

A AÇÃO – Na semana passada, a governadora ingressou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o fechamento temporário da fronteira devido à crise na Venezuela que tem levado milhares de cidadãos daquele país a entrarem no Brasil, por Roraima, em busca de melhores condições de vida. O presidente Michel Temer já disse que fechar a fronteira é “incogitável”.