Política

Governadores instalam consórcio que reúne nove estados da Amazônia Legal

Consórcio vai atuar na defesa dos interesses comuns, junto ao Governo Federal, e buscar financiamento para projetos de desenvolvimento

Os governadores da Amazônia Legal implantaram, na noite desta quinta-feira, 26, no Rio Branco (AC), o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, uma autarquia que reúne os nove estados da região para atuar na defesa dos interesses comuns, junto ao Governo Federal, às entidades nacionais e internacionais, além de buscar financiamento para projetos de desenvolvimento socioeconômico.

A Carta do Rio Branco, que implantou o consórcio, foi assinada pela governadora Suely Campos (PP) e demais governadores: Tião Viana (Acre), Amazonino Mendes (Amazonas), Simão Jatene (Pará), Confúcio Moura (Rondônia), Marcelo Miranda (Tocantins), Pedro Taques (Mato Grosso) e o vice-governador do Amapá e Papaléo Paes. O evento ocorreu durante o 16° Fórum de Governadores da Amazônia Legal.

Na abertura do evento, a governadora Suely Campos destacou que Roraima contribuiu de forma efetiva com a preservação ambiental do planeta, tendo 66% do seu território preservado por terras indígenas e unidades de conservação estaduais e federais, mas precisa de alternativas de desenvolvimento para consolidar uma economia baseada na produção.

“O Consórcio vai proporcionar isso, que os estados da região possam atuar de forma conjunta em prol do desenvolvimento dos 25 milhões de habitantes da Amazônia. Estamos fazendo a nossa parte, mas obviamente precisamos crescer e melhorar a qualidade de vida do nosso povo”, destacou.

A criação do consórcio tem sido uma das principais pautas dos governadores. Para sua implantação, o protocolo de intenções, que foi assinado em maio deste ano, em Porto Velho (RO), foi ratificado pelas Assembleias Legislativas dos estados, para permitir a sua implantação. “A partir de agora, vamos elaborar o estatuto do consórcio para eleger o presidente e iniciar os trabalhos efetivamente”, explicou Suely.

Temas como meio ambiente, turismo, segurança pública e viação aérea regional também foram discutidas durante o fórum, pelos secretários de cada uma dessas pastas, que encaminharam as propostas aprovadas à noite pelos governadores.

Das Câmaras de Discussão, participaram o presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Gilberto Uemura, o diretor do Departamento de Turismo (Detur), Ricardo Peixoto, e o secretário de Planejamento, Haroldo Amoras.

De acordo com Ricardo Peixoto, um dos pontos apresentados em relação ao desenvolvimento do turismo é a oferta de voos regulares regionais como forma de integrar os Estados da Amazônia, e para que surjam novas empresas que ofereçam serviços alternativos aos passageiros. “A malha aérea na região Norte é muito limitada, o que dificulta a expansão do turismo na Amazônia”, disse.

Outro ponto a se discutir, segundo ele, será sobre o novo plano e marketing da Amazônia para divulgar os atrativos da região. “Só para termos uma ideia, no primeiro semestre deste ano cerca de 20 mil turistas visitaram o Monte Roraima, de acordo com o controle do Departamento do Turismo, um fluxo alto que movimenta o setor hoteleiro em pelo menos 80%. A ideia é que possamos definir esse novo plano de mídia para divulgação não só no Brasil, mas também em outros países”, destacou Peixoto.

Já na Câmara Temática do Meio Ambiente, um dos temas tratados foi a participação dos governadores no Dia da Amazônia, que será realizado em Bonn, na Alemanha, no dia 14 de novembro, durante a COP 23, a conferência que trata da situação climática do mundo.

Seguindo a programação, nesta sexta-feira, 27, ocorrerá o Encontro dos Governadores do Brasil pela Segurança Pública e Controle das Fronteiras com o tema – Narcotráfico, uma Emergência Nacional, que irá discutir junto às autoridades federais a necessidade da criação do Plano Nacional de Segurança Pública e uma Força-Tarefa de combate aos crimes transfronteiriços e proteção da soberania do país.

A governadora Suely Campos vai apresentar um plano que inclui, entre outras medidas, um posto de fiscalização conjunto com o Amazonas e os órgãos de segurança do Governo Federal, em Jundiá, na divisa entre os dois estados.